TCU
REJEITA RECURSOS DA
AGU
SOBRE AS PEDALADAS
O
Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou hoje (29) os embargos de declaração
apresentados pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra o entendimento da corte
de que o governo violou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao usar recursos
de bancos públicos para pagar benefícios sociais e trabalhistas, que a mídia
considerou como pedaladas do Governo para forjar um resultado favorável no
fechamento das contas, em 31 de dezembro.
A
AGU alega que não configuram operações de crédito entre o Tesouro Nacional,
Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal os pagamentos feitos pelos bancos,
com recursos próprios, a beneficiários de programas sociais e para benefícios
trabalhistas, devido a atraso nos repasses da União a essas instituições.
Portanto, o TCU não deveria remeter os autos do processo ao Ministério Público
Federal (MPF) para adoção de providências cabíveis. Para os ministros do TCU,
no entanto, a prática viola a LRF.
Segundo
a Advocacia-Geral da União, que representa os interesses do governo, a forma de
pagamento prevista em contrato é adotada há vários anos e não representa
“afronta” à LRF. A AGU defende que uma série de determinações a órgãos
públicos, assim como a remessa dos autos ao MPF, deveria ser feita pelo TCU
apenas após a oitiva das autoridades responsáveis, citadas no relatório da
auditoria, em respeito ao devido processo legal, ao contraditório e ao direito
de ampla defesa, caso o tribunal mantenha o entendimento inicial de que houve
irregularidade.
A
AGU classificou de “precipitadas” as medidas ordenadas pelo TCU. Entre elas, o
encaminhamento dos autos do processo ao MPF para adoção das providências
cabíveis. “Os advogados públicos lembraram nos embargos apresentados, por
exemplo, que o relator do caso na corte de contas, ministro José Múcio
Monteiro, descartou, durante o julgamento, enviar as informações ao Congresso
Nacional, por se tratar, nas palavras dele próprio, do 'início de um trabalho
de averiguação'”, argumentou.
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