segunda-feira, 27 de abril de 2015

JORNALISTA VAI DEPOR NA CPI
SOBRE FRAUDES EM PRÓTESES 
A existência de uma máfia das próteses já era do conhecimento dos médicos. Quem afirma é o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina. Mauro de Brito Ribeiro participou quarta-feira (22), de audiência pública da CPI criada na Câmara dos Deputados para investigar a cartelização na fixação de preços e distribuição de órteses e próteses, denunciada em janeiro por reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo.
Nesta quarta-feira (29), às 14 horas, o convidado da CPI das Máfia das Próteses e Órteses criada pela Câmara dos Deputados será o repórter investigativo da Rede Globo que denunciou a máfia. A sessão será fechada para manter o anonimato do profissional que trabalhou na reportagem do Fantástico.
Em seu depoimento à CPI, Mauro de Brito Ribeiro, notícias sobre cirurgias e implantes desnecessários percorrem corredores de hospitais há vários anos, mas há uma dificuldade em investigá-las porque ninguém denuncia formalmente.
"As pessoas simplesmente não denunciam. Então, é muito difícil a investigação. No entanto, em um levantamento que nós fizemos no Conselho Federal de Medicina, de 2004 a 2014, foram 28 cassações do exercício profissional, 26 punições na alínea b [do Código de Ética do Conselho], que é a suspensão do exercício profissional, e 140 punições na alínea c, que é a censura pública e publicação oficial. Isso para todos os médicos envolvidos com algum tipo de mercantilismo na medicina", ressaltou.
Ribeiro destacou que são mais de 400 mil médicos no Brasil e que a conduta ilícita é de poucos. De acordo com ele, a máfia das órteses e próteses envolve, além de maus profissionais da medicina, uma rede de corruptores, desde os responsáveis pela produção e venda dos produtos até advogados, funcionários e diretores de hospitais.
Diante da situação caótica do setor de órteses e próteses no Brasil, que inclui principalmente as especialidades de ortopedia e cardiologia, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina dá uma orientação aos pacientes.  Sempre que o médico indicar um implante e o paciente desconfiar, é aconselhável procurar uma segunda opinião e detalhes sobre a formação daquele profissional na entidade médica da especialidade.
Por conta do relato do representante do Conselho Federal de Medicina, o relator da CPI, deputado André Fufuca (PEN-MA), vai apresentar requerimento para a adoção de uma espécie de disque-denúncia.
"Uma linha aqui na Câmara dos Deputados para que as denúncias possam ser feitas. Qual foi a maior justificativa para não ter a coibição desse problema? Há denúncia, mas ninguém sabe onde, quando e com quem. Só há denúncia vazia, denúncia de corredor, a denúncia que não pode ser averiguada", observa o parlamentar. (Com Agência Câmara). 

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