JORNALISTA
VAI DEPOR NA CPI
SOBRE
FRAUDES EM PRÓTESES
A
existência de uma máfia das próteses já era do conhecimento dos médicos. Quem
afirma é o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina. Mauro de Brito
Ribeiro participou quarta-feira (22), de audiência pública da CPI criada na
Câmara dos Deputados para investigar a cartelização na fixação de preços e
distribuição de órteses e próteses, denunciada em janeiro por reportagem do
programa Fantástico, da Rede Globo.
Nesta quarta-feira
(29), às 14 horas, o convidado da CPI das Máfia das Próteses e Órteses criada
pela Câmara dos Deputados será o repórter investigativo da Rede Globo que
denunciou a máfia. A sessão será fechada para manter o anonimato do
profissional que trabalhou na reportagem do Fantástico.
Em seu
depoimento à CPI, Mauro de Brito Ribeiro, notícias sobre cirurgias e implantes desnecessários
percorrem corredores de hospitais há vários anos, mas há uma dificuldade em
investigá-las porque ninguém denuncia formalmente.
"As
pessoas simplesmente não denunciam. Então, é muito difícil a investigação. No
entanto, em um levantamento que nós fizemos no Conselho Federal de Medicina, de
2004 a 2014, foram 28 cassações do exercício profissional, 26 punições na
alínea b [do Código de Ética do Conselho], que é a suspensão do exercício
profissional, e 140 punições na alínea c, que é a censura pública e publicação
oficial. Isso para todos os médicos envolvidos com algum tipo de mercantilismo
na medicina", ressaltou.
Ribeiro
destacou que são mais de 400 mil médicos no Brasil e que a conduta ilícita é de
poucos. De acordo com ele, a máfia das órteses e próteses envolve, além de maus
profissionais da medicina, uma rede de corruptores, desde os responsáveis pela
produção e venda dos produtos até advogados, funcionários e diretores de
hospitais.
Diante da
situação caótica do setor de órteses e próteses no Brasil, que inclui
principalmente as especialidades de ortopedia e cardiologia, o vice-presidente
do Conselho Federal de Medicina dá uma orientação aos pacientes. Sempre que o médico indicar um implante e o
paciente desconfiar, é aconselhável procurar uma segunda opinião e detalhes
sobre a formação daquele profissional na entidade médica da especialidade.
Por conta
do relato do representante do Conselho Federal de Medicina, o relator da CPI,
deputado André Fufuca (PEN-MA), vai apresentar requerimento para a adoção de
uma espécie de disque-denúncia.
"Uma
linha aqui na Câmara dos Deputados para que as denúncias possam ser feitas.
Qual foi a maior justificativa para não ter a coibição desse problema? Há
denúncia, mas ninguém sabe onde, quando e com quem. Só há denúncia vazia,
denúncia de corredor, a denúncia que não pode ser averiguada", observa o
parlamentar. (Com Agência Câmara).
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