BNDES BANCA NO EXTERIOR AS
EMPREITEIRAS DO LAVA JATO
Em artigo publicado no “JusBrasil” do último dia 4 de fevereiro, o constitucionalista Leonardo Sarmento, denunciava: “O BNDES patrocina ideologia partidária, enriquece protagonistas do sistema e empobrece o Brasil”. Para Leonardo Sarmento o País sofre uma crônica falta de infraestrutura, para cuja correção foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia a construção e a modernização de portos, ferrovias, estradas e outras obras necessárias. Um pequeno detalhe mostra o uso político do BNDES em favor de grandes empresas, envolvidas no escândalo do Petrolão, mas que contam com “assessoria” especializada em criar ou derrubar uma política de desenvolvimento estrutural do Brasil. É que a carteira de clientes do BNDES é formada por Países como Cuba, Bolívia, Venezuela e até ditaduras que há mais de 20 ou 30 anos dominam antigas colônias na África, como a Guiné Equatorial, que patrocinou o carnaval da Beija Flor em 2015.
Esse
panorama deverá mudas nos próximos meses. Primeiro, porque o Ministro Joaquim
Levy recomendou que o Tesouro deixasse de vender títulos da dívida para
reforçar o caixa do BNDES. Em segundo, a ação do Ministério Público Federal,
que acionou a Justiça para liberar as informações sobre os empréstimos
destinados a outros Países. E a juíza federal Adverci Mendes de Abreu, da 20.ª
Vara Federal de Brasília, considerou que a divulgação dos dados de operações
com empresas privadas “não viola os
princípios que garantem o sigilo fiscal e bancário” dos envolvidos.
A partir
da decisão da juíza, o BNDES está obrigado a fornecer dados solicitados pelo
Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal e a
Controladoria-Geral da União (CGU). E aí é que a coisa começou a ganhar uma
dimensão que até então era sequer
imaginada: descobriu-se que o BNDES concedera mais de 3.000 empréstimos para a construção de usinas, portos, rodovias e
aeroportos no exterior.
Dilma e Raul Castro na inauguração do porto construído pela Odebrecht |
A OAS,
que acaba de solicitar o benefício da recuperação judicial para escapar da
falência, foi contemplada com US $
180 milhões de dólares para o Aqueduto de Chaco, na Argentina e a Andrade
Gutiérrez, com US $ 450 milhões
de dólares para a Barragem de Moamba Major, em Moçambique.
Na lisa
de clientes preferenciais do BNDES aparecem outras empreiteiras, como a Queiroz
Galvão, com obra na Nicarágua (Hidrelétrica de Tumarin), ao custo de um bilhão
e cem milhões de dólares, e 199 milhões de dólares em obra na Bolívia (Projeto
Hacia El Norte – Rurrenabaque-El-Chorro), sem se falar em outras obras no Peru
e no Uruguai. Percebe-se que a “Lava-Jato” vem apenas se antecipando na
revelação dos colaboradores da quadrilha.
E isto não
é tudo, pois o BNDES, alegando “sigilo
necessário”, só revelou os beneficiários de 18% dos empréstimos. E foram
mais de três mil. Com o Brasil atravessando
uma crise sem precedentes, com essas empresas à beira da falência, é
estranho que o BNDES financie obras em países sem qualquer perspectiva de parceria útil, salvo o das próprias
empreiteiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário