A TARIFA DE ENERGIA ELÉTRICA
SUBIU MAIS DE 60% EM 12 MESES
Na véspera do 7 de setembro de 1012, no
entanto, a presidente Dilma Rousseff, em pronunciamento em rede de rádio e TV,
anunciou, com desmedia euforia, que tinha uma boa notícia para os brasileiros:
a conta de energia elétrica seria reduzida em pelo menos 18%, graças ao esforço
do seu Governo. Por coincidência, ou não, Dilma fora Ministra de Minas e
Energia do Governo Lula, quando se registrou o apagão de 2009
Nesta quarta-feira (08), governo anunciou que o
custo da energia elétrica acumula inflação de 60,42% no período de 12 meses,
segundo dados de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
divulgados hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Ao mesmo tempo, a inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou em 8,13%.
Em março, a energia elétrica ficou, em média,
22,08% mais cara no país, respondendo por mais da metade da inflação oficial no
mês, que ficou em 1,32%. “Esse aumento leva em conta os reajustes
extraordinários concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica [Aneel] às
concessionárias. Também inclui a bandeira tarifária que, neste mês, ficou
vermelha”, disse a coordenadora de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos
Santos.
A bandeira tarifária é um custo extra que o
consumidor precisa pagar quando as usinas termelétricas são acionadas para
produzir energia, quando as hidrelétricas são desligadas, como agora, por falta
de água nos reservatórios e rios. A energia produzida pelas termelétricas
movidas a diesel e carvão, é mais cara do que a produzida pelas usinas
hidrelétricas. Como as térmicas estão sendo usadas com frequência, a bandeira
tarifária está vermelha: a mais cara. A usina térmica de Rondônia, que o governo
reformou e doou à Bolívia, por exemplo, vai usar gás natural, que é mais barato
e não poluente. A reforma da usina de Rondônia custoru R$ 60 milhões aos cofres
do Tesouro nacional.
Segundo Eulina, a alta da energia elétrica tem
não só impacto direto no bolso do consumidor, que paga sua conta de luz, mas
também tem efeito indireto no preço de outros produtos, pois aumenta o custo
dos produtores e fornecedores de serviços aos consumidores.
“A refeição fora de casa tem influência da
energia, por exemplo”, disse a pesquisadora.
A inflação de março também sofreu impacto dos
alimentos, que aumentaram 1,17% no mês. Entre os produtos com maior aumento de
preços estão cebola (15,1%), ovo de galinha (12,75%) e alho (7,66%). Outros
produtos com alta foram refeição fora de casa (1,03%), leite longa vida (2,74%)
e pão francês (0,93%).
A taxa do IPCA acumulada em 12 meses, de 8,13%,
é a maior desde dezembro de 2003 (9,03%).
“Em 2003, a inflação foi mais influenciada pela
desvalorização do real. Neste ano, o país também está vivendo uma pressão do
dólar. Mas, também, temos realinhamento de preços administrados, como a energia
elétrica, e de impostos sobre itens mais caros, como os automóveis”, disse a
coordenadora do IBGE. (Com a Agência Brasil).
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