VACCARI CONFIRMA OS ENCONTROS
COM DOLEIRO MAS NEGA SUBORNOS
O
secretário de finanças do PT, João Vaccari Neto, admitiu durante a sessão da
CPI da Petrobras que está sendo realizada nesta quinta-feira (09) que conhece
Alberto Youssef e que chegou a estar pelo menos uma vez nas empresas do
doleiro. Neste dia, Neto afirmou que ficou esperando o doleiro por quatro
minutos e depois foi embora. Apesar disso, Vaccari afirmou que não tinha
relação próxima com Youssef.
“Estive uma única vez [na empresa], na qual ele
convidou. Fui e ele não estava e fui embora”, declarou Vaccari.
Depois,
Vaccari afirmou que a foi ao escritório de Youssef por um convite do doleiro.
Mas disse que não sabia do motivo do convite. “A dúvida que o senhor tem, eu
também tenho”, disse ao responder à pergunta do deputado federal Aluísio Mendes
(PSDC-MA).
Ainda
durante o depoimento, Vaccari disse que mantinha uma relação “amistosa” com
Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que acusou Vaccari de ter pedido doações
de campanha como forma de pagamento de propina por obras na estatal. “Eu vou
reafirmar que quando fui prestar depoimento na Polícia Federal, que nosso
relacionamento [com Renato Duque] era amistoso e social. Não digo que sou
plenamente amigo porque nunca fui à casa dele, nunca o visitei”, disse.
O
depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, também se transformou em
bate-boca entre deputados do PT e de partidos da oposição depois de
questionamentos feitos pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) ao depoente.
Sampaio
chamou Vaccari de criminoso depois de listar denúncias anteriores feitas contra
Vaccari pelo Ministério Público. O tesoureiro do PT foi presidente da
Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), cujas operações
financeiras foram alvo de uma CPI na Assembleia Legislativa paulista. De acordo
com Sampaio, Vaccari foi denunciado por formação de quadrilha pelo Ministério
Público de São Paulo.
“O senhor
foi escolhido tesoureiro do PT por causa dessas atividades ilegais?”, perguntou
Sampaio. Os deputados do PT Paulo Teixeira (SP), Maria do Rosário (RS) e Leo de
Brito (AC) reclamaram da forma como o depoente estava sendo tratado. “Ele foi
condenado em alguma ação?”, perguntou Teixeira.
Sampaio,
ao interrogar Vaccari, disse que este tinha inovado ao tratar de propinas.
“Existem relatos de que o senhor recebeu propinas por intermédio de um
mensageiro de moto que foi ao diretório nacional do PT. Inventou o propina
delivery”, disse Sampaio. “E também inovou ao fazer uma troca de propina com
Pedro Barusco, que tinha uma propina a receber de uma empresa com quem o senhor
tinha boas relações”, prosseguiu, remetendo aos depoimentos da delação premiada
de Barusco à Justiça Federal.
“O senhor
tinha intimidade com Barusco?”, perguntou Sampaio. Diante da negativa, o deputado
não conteve a irritação: “Acha que nós somos palhaços?”.
Ao
responder o deputado do PSDB, Vaccari repetiu que o empresário Augusto
Mendonça, da empresa Toyo Setal, foi ao diretório do PT oferecer doação de
campanha oficial. E admitiu ainda ter ido ainda ao escritório do doleiro
Alberto Youssef. “Mas ele não estava”, acrescentou. (Com informações da Agência Câmara)
Nenhum comentário:
Postar um comentário