segunda-feira, 20 de abril de 2015

QUEBRADEIRA DE EMPREITEIRAS NÃO TEM VÍNCULO COM A LAVA JATO 
As dezenas de “viúvas” do compadrio entre as empreiteiras e órgãos governamentais, como Dnit, Eletrobras, Petrobras, Transpetro e outras, decidiram levantar uma bandeira de coloração nacionalista, cujo objetivo é blindar as empreiteiras flagradas pelas investigações da Operação Lava Jato com o falso e surrado pretexto de salvar empregos e a tecnologia nacional utilizada na construção de pontes, estradas e barragens.
O fato comprovado da participação dessas empesas em diversas licitações suspeitas, inclusive em concessões de rodovias, ferrovias e até nos estádios reformados às pressas para a fracassada, tecnicamente, Copa do Mundo de 2014, acabam por confirmar a existência de um poderoso cartel, que distribui entre seus participantes obras como a construção de hidroelétricas e termelétricas, implantação de metrôs e de veículos leves sobre trilhos, mediante licitações viciadas de projetos incompletos, o que permite infindáveis termos aditivos.
São esses truques que elevam de R$ 2,5 bilhões para R$ 20 bilhões o custo de uma refinarias, como a de Pernambuco. Ou a mudança do projeto básico, como ocorreu no Comperj, em Itaboraí, obrigando o descarte de obras já concluídas por se contraporem aos novos objetivos operacionais da Refinaria, inclusive sobre o descarte da produção de petroquímicos, a parte mais rentável da refinação do petróleo em todo o mundo.
A pressão insidiosa e insuportável sobre os investigadores da Lava Jato, tanto da Polícia Federal  quanto do MPF, a ponto de colocar em campos opostos a PGR e a PF, resultando na suspensão das investigações em 7 inquéritos em andamento no STF contra políticos com foro privilegiado, como o deputado Eduardo Cunha e o senador Renan Calheiros, bem como sobre o corajoso e habilidoso juiz Sérgio Moro, lembra muito bem a “República do Galeão”, um grupo de oficiais da Aeronáutica que, em agosto de 1954, liderou uma rebelião contra o Presidente Getúlio Vargas por conta de um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, que acabou vitimando seu amigo e, à época, Major Rubens Vaz. 
Essa “Republica do Galeão” resolver instituir, sem amparo legal, uma equipe de investigação para apurar as circunstâncias em que o atentado ocorreu, numa busca desesperada por um elo entre os facínoras – que balearam Lacerda no tornozelo e mataram o major da Aeronáutica – e o Palácio do Catete, então sede do Governo Federal.
Foi essa “República do Galeão” que acabou levando Vargas ao suicídio!
Pelo visto, está faltando um cadáver nessa busca incessante por um bote salva-vidas grande o suficiente para resgatar e levar a um porto seguro (talvez, o de Mariel, em Cuba, construído com dinheiro do BNDES) umas poucas dezenas, mais muito importantes, empresários que se entregaram à lavagem de dinheiro e ao suborno de servidores corruptos, colocados em cargos de chefia por políticos igualmente corruptos.

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