CELSO DE MELLO DIZ QUE
SEUS VOTO ESTÁ PRONTO
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal
(STF), disse, logo após o encerramento da sessão do STF, na quinta-feira (12)
que vai decidir “com independência” e “sem pressão” se 12 réus condenados na
Ação Penal 470, o processo do mensalão, terão novo julgamento. A sessão foi
interrompida com a votação sobre a validade do recurso empatada em 5 a 5. O
julgamento será retomado na próxima quarta-feira (18) com o voto de Celso
Mello, que será o último a se pronunciar sobre a questão.
Durante entrevista, Celso de Mello informou que está com
o voto pronto sobre o caso e que sua decisão não será pautada por algum tipo de
pressão ou pela opinião pública. “A responsabilidade é inerente ao cargo
judiciário, como é inerente a qualquer atividade profissional. Todos temos que
ser responsáveis, e temos que ter consciência do significado, do peso de nossas
decisões. Eu me pauto pelo respeito, pela reverência à autoridade da
Constituição e às leis da República."
Celso de Mello não declarou seu voto. Porém, citou uma
decisão na qual se manifestou sobre a questão, no dia 2 de agosto de 2012,
quando o STF começou a julgar a ação penal.
Na ocasião, o plenário negou pedido do réu José Roberto
Salgado, ex-presidente do Banco Rural, para que o processo fosse desmembrado
para a primeira instância da Justiça. Na decisão, Celso de Mello avaliou que o
Artigo 333 do Regimento Interno do Supremo “é plenamente compatível” com a Lei
8.038/1990, que trata dos recursos válidos nos tribunais superiores.
"Eu cuidei especificamente dessa matéria em duas
oportunidades. Uma delas neste próprio processo, no dia 2 de agosto de 2012,
quando foi suscitada uma questão formal que tornou necessário discutir ou
debater nesse tema o caráter de pertinência daquele meu pronunciamento",
disse o ministro.
Nesta etapa do julgamento, os ministros analisam se cabem
os embargos infringentes. Embora esse tipo de recurso esteja previsto no Artigo
333 do Regimento Interno do STF, uma lei editada em 1990 que trata do
funcionamento de tribunais superiores não faz menção ao uso do recurso na área
penal.
Caso seja aceito, o embargo infringente pode permitir
novo julgamento quando há pelo menos quatro votos pela absolvição.
Como a sessão de quinta-feira terminou com empate em 5
votos a favor dos embargos e outros cinco contra, o voto de Celso de Melo, o
mais antigo integrante a Corte Suprema, irá definir se haverá, ou não, revisão
das penas dos 12 condenados, ente eles o ex ministro da Casa Civil José Dirceu
e os deputados João Paulo Cunha e José Genoíno, ambos do PT.
Novos protestos são esperados para esta quarta-feira em Brasília
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