TCU AGORA MIRA EM
SAÚDE E EDUCAÇÃO
O dinheiro público
na área da educação é muito mal aplicado no Brasil, afirmou nesta terça-feira (17) o presidente do Tribunal de Contas da
União (TCU), ministro Augusto Nardes, com base em uma auditoria cujos
resultados serão divulgados em novembro.
“Existem escolas
que, com as mesmas condições de outras, conseguem apresentar excelentes
resultados. Foi o que vimos no interior do Piauí, em uma escola rural que teve
todos os alunos aprovados no vestibular em 2010, mesmo sem a estrutura de uma
grande cidade”, disse Nardes, ao participar do seminário Diálogo Público para a
Melhoria da Governança Pública, na Escola da Magistratura do Rio de Janeiro. “A
questão está na boa orientação dos professores, e queremos avaliar isso”,
acrescentou.
O ministro
explicou que a auditoria sobre educação faz parte de um novo modelo de fiscalização
do TCU, em conjunto com os demais tribunais de Contas, para apontar gargalos da
administração pública e caminhos para os governos. Nesta quarta (18) Nardes vai
apresentar à presidenta Dilma Rousseff projetos preventivos e propor parcerias
com o Executivo na busca de boas práticas de governança.
Está em curso
também auditoria que avalia os gastos na saúde. Na segunda (16), Nardes esteve
no Hospital do Andaraí, na zona norte do Rio, e encontrou pessoas sendo atendidas
nos corredores e salas de emergência, que não tinham aparelhos de
ar-condicionado. “Infelizmente, as condições são muito precárias. No ano que
vem, faremos uma auditoria completa em todo o Brasil para traçar um retrato
completo da saúde.”
“O [órgão de]
controle pode ser parceiro da administração pública. Depois que acontecem a
corrupção, o desvio, o superfaturamento, é muito mais difícil recuperar os
recursos. Então, se pudermos trabalhar de forma preventiva, a economia para o
país será muito grande”, disse Nardes, ao ressaltar que a função de punir e
penalizar do tribunal continuará.
O ministro
informou que, nos últimos cinco anos, os trabalhos preventivos do TCU geraram
economia de R$ 102 bilhões aos cofres públicos. "Na Copa [auditoria da
Copa do Mundo], já conseguimos economizar R$ 700 milhões”, lembrou Nardes, ao
informar que, com o mesmo objetivo, o TCU está acompanhando as obras dos Jogos
Olímpicos. Segundo ele, as obras do Maracanã estavam com superfaturamento de R$
90 milhões, e o TCU conseguiu baixar os gastos com as auditorias.
O ministro mencionou
também uma auditoria, ainda em fase na avaliação, das unidades de conservação
da Amazônia Legal, feita em parceria com os tribunal de Contas dos nove estados
da região. “Para ver se o discurso da Rio+20 está sendo posto em prática pelas
instituições federais. São 250 reservas que estamos avaliando. Vamos graduar
verde, amarelo e vermelho e mostrar isso para toda a comunidade internacional”,
adiantou o presidente do TCU.
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