domingo, 27 de abril de 2014

AGRICULTURA AGONIZA POR
AUSÊNCIA DO PODER PÚBLICO 
Numa reportagem do jornal “O Dia”, publicado na semana passada, um agricultor de Xerém, quarto distrito de Duque de Caxias, denuncia o desinteresse do Poder Público para uma atividade que garante não só a renda do produtor, mais produtos mais baratos para o consumidor. 
Na entrevista, Sebastião Fidelis, de 56 anos, se apresenta como o único produtor de café artesanal do município, atividade que aprendeu com o pai, um imigrante italiano que acreditava que a proximidade de Xerém em relação aos futuros consumidores, como Duque de Caxias, Petrópolis e a capital fluminense, daria o retorno esperado.
Uma vez por mês, Sebastião vende seu produto na Feira de Orgânicos realizada no Caxias Shopping, que há três anos é realizada por uma instituição privada. E Sebastião Fidelis comemora o sucesso da feira, pois em carda de 20 minutos, sempre no primeiro domingo do mês, ele já vendeu duto que levou para a feira.
“Eu e minha família nos preocupamos em extrair o melhor da raiz”, explica.
Num sítio de 14,4 hectares (cerca de 144 campos de futebol no padrão FIFA), Sebastião planta dois mil pés de
café e colhe por ano 1.200 quilos de grãos. Segundo a Emater, o local tem capacidade de produzir 14,4 toneladas por ano. Essa diferença entre o que é produzido e o potencial do sítio demonstra que a agricultura familiar, tão badalada pelos governos Lula e Dilma, não passa de uma questão de marketing.
Além do café artesanal do Sr. Sebastião Fidelis, os produtores de Xerém também são conhecidos pela produção de hortaliças, pela exportação de flores e carne de rãs, cultivadas em diques construídos pelos próprios produtores.
Embora o PT controle a Secretaria de Agricultura do município desde a virada do Século XX, o poder público municipal ainda não tem uma política agrícola que vá além de mandar uma máquina aplainar as estradas vicinais do 4º Distrito, ou remover as árvores que caíram durante um temporal, como ocorreu em janeiro de 2013. 
O Mercado do Produtor, por exemplo, construído pela Prefeitura no Governo Washington Reis, ao lado da Rodoviária Plínio Casado, não tem um só produtor rural do município, enquanto as feiras realizadas no município durante a semana, inclusive a mais famosa, de domingo, é invadida por produtos chineses, ou produzidos em pequenas fábricas, em especial os DVDs de música e programa de computador, além do vergonhoso comércio de animais silvestres, estabelecida na Rua Prefeito José Carlos Lacerda, um dos lados do triângulo formado pela 59ª DP/Caxias, a Câmara de Vereadores e o Fórum. Por isso, muita gente entende a “feira de animais silvestres” como um deboche dos traficantes ao Poder Público, sempre ausente.

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