quarta-feira, 30 de abril de 2014

GRAÇA FOSTER CONFIRMA VERSÃO DE
DILMA SOBRE COMPRA DA REFINARIA 
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, a presidenta da Petrobras, Graça Foster, reconheceu hoje (30) que, como cidadã, a omissão das cláusulas Marlim e a de Put Option no resumo executivo que embasou a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, causa “incômodo”. “As cláusulas são individualmente importantes e têm relação entre elas. O que causa um grande incômodo é não se saber que teríamos que comprar os outros 50%, mas isso é apenas uma interpretação de uma pessoa, da Maria [Graça Foster]”, disse.
A Put Option obriga uma das sócias a comprar a parte da outra, em caso de desacordo entre elas. Após desentendimentos sobre investimentos com a belga Astra Oil, sócia no negócio, a estatal brasileira teve que ficar com toda a refinaria. Já a cláusula Marlim prevê a garantia à sócia da Petrobras de um lucro de 6,9% ao ano, mesmo que as condições de mercado sejam adversas.
Segundo Graça Foster, em 2008, quando a cláusula foi analisada por diretores da empresa, em meio às decisões que mudariam a sociedade iniciada em 2006 entre Petrobras e a Astra Oil, o ponto não foi considerado relevante.
De acordo com o governo, o Conselho de Administração da estatal só tomou conhecimento da existência das cláusulas em março de 2008, quando foi consultado sobre a compra da outra metade das ações da refinaria.
A compra da Refinaria de Pasadena está sendo investigada pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público. No Congresso, parlamentares da oposição pressionam para que seja instalda uma comissão parlamentar de inquérito mista (CPMI) para apurar as denúncias.
Em relação à Put Option, Graça Foster garantiu que é uma cláusula contratual que vale para a Astra. “Não se aplica à Petrobras. [O ex-diretor internacional da empresa, que elaborou o resumo executivo, Nestor] Cerveró talvez não tivesse a informação, mas não tenho como falar por ele”, afirmou.
O ex-diretor vem sendo apontado como o responsável pelo erro que levou à aprovação do negócio, quando a presidenta Dilma Rousseff presidia o conselho da empresa. No documento de duas páginas que, segundo Cerveró foi entregue com outros estudos e análises sobre o negócio, não teria qualquer referência às duas cláusulas.(ABr)

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