GRAÇA FOSTER CONFIRMA
VERSÃO DE
DILMA SOBRE COMPRA DA
REFINARIA
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, a
presidenta da Petrobras, Graça Foster, reconheceu hoje (30) que, como cidadã, a
omissão das cláusulas Marlim e a de Put Option no resumo executivo que embasou
a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, causa “incômodo”. “As
cláusulas são individualmente importantes e têm relação entre elas. O que causa
um grande incômodo é não se saber que teríamos que comprar os outros 50%, mas
isso é apenas uma interpretação de uma pessoa, da Maria [Graça Foster]”, disse.
A Put Option obriga uma das sócias a comprar a parte da
outra, em caso de desacordo entre elas. Após desentendimentos sobre
investimentos com a belga Astra Oil, sócia no negócio, a estatal brasileira
teve que ficar com toda a refinaria. Já a cláusula Marlim prevê a garantia à
sócia da Petrobras de um lucro de 6,9% ao ano, mesmo que as condições de
mercado sejam adversas.
Segundo Graça Foster, em 2008, quando a cláusula foi
analisada por diretores da empresa, em meio às decisões que mudariam a
sociedade iniciada em 2006 entre Petrobras e a Astra Oil, o ponto não foi
considerado relevante.
De acordo com o governo, o Conselho de Administração da
estatal só tomou conhecimento da existência das cláusulas em março de 2008,
quando foi consultado sobre a compra da outra metade das ações da refinaria.
A compra da Refinaria de Pasadena está sendo investigada
pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério
Público. No Congresso, parlamentares da oposição pressionam para que seja
instalda uma comissão parlamentar de inquérito mista (CPMI) para apurar as
denúncias.
Em relação à Put Option, Graça Foster garantiu que é uma
cláusula contratual que vale para a Astra. “Não se aplica à Petrobras. [O
ex-diretor internacional da empresa, que elaborou o resumo executivo, Nestor]
Cerveró talvez não tivesse a informação, mas não tenho como falar por ele”,
afirmou.
O ex-diretor vem sendo apontado como o responsável pelo
erro que levou à aprovação do negócio, quando a presidenta Dilma Rousseff
presidia o conselho da empresa. No documento de duas páginas que, segundo
Cerveró foi entregue com outros estudos e análises sobre o negócio, não teria
qualquer referência às duas cláusulas.(ABr)
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