MPS FISCALIZAM AS ESCOLAS
PÚBLICAS NO RIO DE
JANEIRO
O estado precário da escola foi observado por Janot e será cobrado do prefeito Eduardo Paes mais cuidados na manutenção das rede escolar
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Um escola superlotada, com paredes no reboco e poucos
banheiros para 1,1mil crianças. Essas são algumas das condições encontradas
pela comitiva dos ministérios públicos Federal e Estadual no Rio de Janeiro.
Procuradores e promotores fizeram neste Dia Internacional da Educação (28) uma
espécie de blitz em escolas
públicas do país para averiguar as instalações e o atendimento às crianças. No
Rio, a visita teve a presença do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na capital fluminense, a comitiva do procurador-geral
esteve na Escola Municipal Professora Helena Lopes Abranches. A unidade fica na
zona oeste, região que concentra denúncias, como falta de vagas e superlotação.
Lá, o almoço começa a ser servido às 9h, por exemplo. “Temos 600 alunos por
turno. Se eu colocar todos para almoçar no horário do almoço, faltaria espaço”,
diz a diretora, Luciana Lebis.
A escola sofre também com insuficiência de bebedouros e
banheiros, que estão disponíveis apenas no andar térreo, em um prédio de três
andares, e áreas de lazer. “Pela demanda da quantidade de turmas, às vezes,
três, quatro turmas fazem educação física ao mesmo tempo, na mesma quadra”,
relatou a diretora. A escola também não é adaptada para alunos com deficiência.
Outro problema é o fato de a escola, de ensino infantil,
receber turmas de ensino médio durante a noite, quando outra diretoria assume o
turno, coordenada pela rede estadual. “Isso gera problemas por falta de
espaço”, disse a diretora Luciana.
Durante a visita, os procuradores e promotores preencheram
um formulário sobre as condições da escola. O objetivo é, posteriormente,
estabelecer um diálogo com a prefeitura e o governo do estado. “Em último caso,
sendo necessário, é nosso dever buscar a tutela judicial”, disse a procuradora
Maria Cristina Cordeiro. “Mas não em um primeiro momento. Queremos que os
gestores solucionem os problemas sem que precisemos ir à Justiça”, completou.
A visita faz parte do projeto Ministério Público pela
Educação, que além de ir até escolas de 14 estados pelo país, pretende criar
canais de diálogo com a população, como audiências públicas, para ouvir os
pais, os alunos e os profissionais. Na zona oeste da cidade do Rio, a próxima
reunião com a comunidade está prevista para o dia 27 de maio.
Acompanhando a visita da comitiva na escola do Rio, a
representante da Secretaria de Educação, Mariana Grolla, disse que o elevado
número de turmas no colégio não é o ideal, mas não tem opção. “Nossa prioridade
é manter as crianças na escola. São poucas escolas aqui no entorno e esta tem
uma demanda muito grande”, disse Mariana. A previsão é que a prefeitura
construa novas unidades ainda em 2014, mas não confirma se serão na zona oeste.
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