GOVERNO SÓ REALIZOU 10,6%
DAS OBRAS DO “PAC SAÚDE”
A um ano do final da segunda etapa do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC 2), apenas 10,6% das iniciativas da Saúde foram
entregues pelo governo federal. Nos últimos três anos encerrados, das 503
Unidades de Pronto Atendimento (UPA) previstas, somente 14 ficaram prontas. No
caso das Unidades Básicas de Saúde (UBS), apenas 9% dos 15.652 projetos
previstos em todo o país foram concluídos.
Das 21.519 restantes, apenas 9.509 encontram-se emA execução. Cerca de metade (12.010) das obras de Saúde inscritas no PAC 2 ainda
estão “no papel”.
As informações, relativas ao período 2011/2013, englobam
investimentos previstos pela União, empresas estatais, iniciativa privada e
contrapartida de estados e municípios em projetos de construção e de reforma de
Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto-Atendimento e ações de
saneamento.
Entre as regiões do país, a que apresentou pior resultado
percentual de execução foi a Sudeste, onde o governo conseguiu concluir somente
318 (7%) das 2.441 obras previstas. Na sequência aparece o Nordeste, que apesar
de concentrar o maior volume absoluto de obras – mais de 11 mil –, teve apenas
1.119 (10%) empreendimentos concluídos nos últimos três anos.
Para a especialista e doutora em saúde pública da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lígia Bahia, os atrasos são uma
evidência dos imensos equívocos e dificuldades do planejamento das atividades e
ações previstas para concretizar políticas públicas no Brasil.
“Os problemas começam com a definição de prioridades e se
estendem para a transposição de metas para o orçamento e sua execução. Mas,
esse perverso ciclo constituído por recursos e realizações fictícias se
converte no já instituído saldo (como se politica publica pudesse ter sobra)
denominado restos a pagar (cujos recursos nunca retornam para a saúde)”,
explica.
De acordo com Lígia, a demora nas obras da saúde pode ser
atribuída a questões estruturantes combinadas com ignorância e descontinuidade
administrativa, leniência e corrupção. Para ela, os obstáculos estruturantes
são razoavelmente conhecidos. “São poucas ou apenas uma empresa que se
apresentam nas chamadas públicas. Depois, as mesmas alegam que os recursos
aprovados são insuficientes e/ou os contratos são aditivados ou as obras
param”, explica Lígia.
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