JANOT VAI
DEIXAR OS POLÍTICOS
SANGRAREM
EM PRAÇA PÚBLICA
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir nesta terça-feira ao
Supremo Tribunal Federal apenas aberturas de inquéritos – e não fazer denúncias
diretas– contra os políticos suspeitos de participar do esquema de corrupção na
Petrobras. A informação foi confirmada à
Folha de S. Paulo por três pessoas que têm acesso a investigadores da Operação
Lava Jato. Ao pedir a abertura de
Inquérito no STF, a PGR irá deixar os investigados com mandatos no processo do
Petrolão, e – portanto, com foro privilegiado –sangrar em praça públicas tal e
qual ocorreu no Mensalão, processo que se arrastou por 7 anos no Supremo
Tribunal Federal
Segundo a
Folha, a partir das delações e das provas colhidas em buscas e apreensões, os procuradores
avaliaram que, em alguns casos, havia elementos suficientemente robustos para a
apresentação direta de denúncias contra alguns políticos.
Entre
esses casos estava o do senador Fernando Collor (PTB-AL). Em 2014, policiais
encontraram no escritório do doleiro Alberto Youssef oito comprovantes de
depósitos para Collor, que somam R$ 50 mil. Todos feitos em dinheiro vivo em
maio de 2013. Collor negou manter
relação com o doleiro.
No
entanto, após a formação de um grupo de trabalho na Procuradoria-Geral da
República para finalizar as peças que serão enviadas ao Supremo Tribunal
Federal, surgiram divergências sobre a conveniência de apresentação direta de
denúncias.
Alguns
ponderaram que o mais seguro para o processo seria pedir a abertura de
inquéritos, complementar as investigações e, posteriormente, fazer as
denúncias. Foi o que prevaleceu.
Com isso,
Collor, que poderia enfrentar uma denúncia direta na Justiça, terá contra si um
pedido de abertura de inquérito. Caberá ao ministro do STF Teori Zavascki,
relator dos processos da Lava Jato, autorizar ou não.
Os Inquéritos.
O julgamento final, no entanto, cabe ao STF.
Segundo
interlocutores, Janot quer manter um ''padrão linear'' para as peças que tratam
das autoridades. A ideia seria dar o tratamento mais isonômico possível para
evitar eventual acusação de exploração política do caso.
Outra
questão diz respeito à linha de corte para solicitação de inquérito. Políticos
que aparecem lateralmente, citados por delatores que "ouviram dizer",
devem ficar de fora do alvo da PGR. A
lista de políticos suspeitos deverá ser divulgada nesta terça, dia 3.
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