quinta-feira, 5 de março de 2015

SERRA CRITICA DILMA E DIZ QUE
A ECONOMIA ESTÁ DE JOELHOS 
Em discurso nesta quarta-feira (1), o senador José Serra (PSDB-SP) avaliou negativamente a política econômica do país. Em sua opinião, a economia brasileira está “de joelhos” diante do mundo, e o país sofre de forma “angustiante” a diferença entre as previsões do governo e os acontecimentos.
 José Serra declarou nunca ter visto o Brasil atravessar uma crise tão acentuada e de tão difícil solução, situação que atribuiu principalmente a falhas na condução da economia na última década e meia. 
De acordo com Serra, a crise da economia brasileira é fruto do segundo período do governo Lula. O senador explicou que a gestão do ex-presidente, apesar de contar com um boom do comercio exterior e com a entrada de capital estrangeiro, foi marcada por um consumo que substituiu a produção doméstica e deu um “golpe de morte na industrialização brasileira”.
— O Brasil se desindustrializou sob o ímpeto dessa política, paradoxalmente, comandada, não digo nem que conscientemente, por um ex-operário industrial, que comandou a desindustrialização brasileira — disse.
Serra explicou que, no mesmo período, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, que é a conta do Brasil com o exterior, começou a crescer rapidamente. O senador também citou o aumento da carga tributária, o aumento do gasto público e o aumento da rigidez fiscal como medidas negativas que marcaram a política econômica brasileira até 2010.
Serra afirmou que o governo Dilma, na questão econômica, aumentou o endividamento da Petrobras e forçou o aprofundamento dos desequilíbrios que recebeu, o que, em seu ponto de vista, aumenta o descrédito do governo diante do povo e dos investidores.
— Nós temos hoje pela frente, neste ano, estagnação, desemprego, queda de salários, inflação teimosa, aperto externo e juros siderais. Em cima disso, quer-se aumentar os juros, cortar gastos, eliminar benefícios sociais, tudo em cima. O ajuste vai aprofundar o desajuste. Isso é uma questão de tempo — afirmou.
José Serra ponderou que a ideia de que ajuste traz desenvolvimento é um engano. Para ele, o ajuste é um período transitório, que deve conter, nas medidas que o acompanham, propostas de longo prazo.
Em seu discurso, o senador tucano destacou ainda três atitudes do governo petista que ele classificou como “alucinações”: o projeto, sem demanda, do trem bala, para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro; o desequilíbrio no setor elétrico e a tentativa de um plebiscito sobre reforma política que, segundo ele, aumentou o descrédito da presidente.
— O povo nas ruas, a presidente vai à televisão e propõe um plebiscito para a reforma política, inclusive sem especificar o que era direito. Pode não se ter percebido, mas isso contribui de maneira decisiva, para a população desenvolver descrédito a quem está no comando — disse.
O senador ainda criticou o governo Dilma em áreas como saúde, educação e no combate às drogas. (Com Agência de Notícias do Senado)

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