SERRA CRITICA
DILMA E DIZ QUE
A
ECONOMIA ESTÁ DE JOELHOS
Em discurso nesta quarta-feira (1), o senador
José Serra (PSDB-SP) avaliou negativamente a política econômica do país. Em sua
opinião, a economia brasileira está “de joelhos” diante do mundo, e o país
sofre de forma “angustiante” a diferença entre as previsões do governo e os
acontecimentos.
José Serra declarou nunca ter visto o Brasil atravessar uma crise
tão acentuada e de tão difícil solução, situação que atribuiu principalmente a
falhas na condução da economia na última década e meia.
De acordo
com Serra, a crise da economia brasileira é fruto do segundo período do governo
Lula. O senador explicou que a gestão do ex-presidente, apesar de contar com um
boom do comercio exterior e com a entrada de capital estrangeiro, foi marcada
por um consumo que substituiu a produção doméstica e deu um “golpe de morte na
industrialização brasileira”.
— O
Brasil se desindustrializou sob o ímpeto dessa política, paradoxalmente,
comandada, não digo nem que conscientemente, por um ex-operário industrial, que
comandou a desindustrialização brasileira — disse.
Serra
explicou que, no mesmo período, o déficit em conta corrente do balanço de
pagamentos, que é a conta do Brasil com o exterior, começou a crescer
rapidamente. O senador também citou o aumento da carga tributária, o
aumento do gasto público e o aumento da rigidez fiscal como medidas negativas que
marcaram a política econômica brasileira até 2010.
Serra
afirmou que o governo Dilma, na questão econômica, aumentou o endividamento da
Petrobras e forçou o aprofundamento dos desequilíbrios que recebeu, o que, em
seu ponto de vista, aumenta o descrédito do governo diante do povo e dos
investidores.
— Nós
temos hoje pela frente, neste ano, estagnação, desemprego, queda de salários,
inflação teimosa, aperto externo e juros siderais. Em cima disso, quer-se
aumentar os juros, cortar gastos, eliminar benefícios sociais, tudo em cima. O
ajuste vai aprofundar o desajuste. Isso é uma questão de tempo — afirmou.
José
Serra ponderou que a ideia de que ajuste traz desenvolvimento é um engano. Para
ele, o ajuste é um período transitório, que deve conter, nas medidas que o
acompanham, propostas de longo prazo.
Em seu
discurso, o senador tucano destacou ainda três atitudes do governo petista que
ele classificou como “alucinações”: o projeto, sem demanda, do trem bala, para
ir de São Paulo ao Rio de Janeiro; o desequilíbrio no setor elétrico e a
tentativa de um plebiscito sobre reforma política que, segundo ele, aumentou o
descrédito da presidente.
— O povo
nas ruas, a presidente vai à televisão e propõe um plebiscito para a reforma
política, inclusive sem especificar o que era direito. Pode não se ter
percebido, mas isso contribui de maneira decisiva, para a população desenvolver
descrédito a quem está no comando — disse.
O senador
ainda criticou o governo Dilma em áreas como saúde, educação e no combate às
drogas. (Com Agência de Notícias do Senado)
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