TCU ENCONTRA FALHAS NO
PROGRAMA
MAIS MÉDICOS
Auditoria
produzida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou falhas e problemas
no programa Mais Médicos. De acordo com a Corte, houve fragilidade na
supervisão dos médicos e falta de atendimento adequado em localidades com
carência e dificuldade de retenção dos profissionais. A existência da auditoria
foi revelada pelo portal Contas Abertas.
No processo, foi apontado que os
problemas podem decorrer da rapidez na contratação e alocação dos médicos. Além
disso, o TCU apontou que foi feita vista grossa na avaliação de médicos que
deveriam ter sido reprovados. Segundo a Corte, houve falhas na avaliação do
módulo de acolhimento, já que 95 médicos que, supostamente, ao final da
referida fase, deveriam ter sido reprovados ou encaminhados ao processo de
recuperação, por não terem atendido ao mínimo exigido nos eixos de língua
portuguesa e saúde, entraram em atividade. Quanto à distribuição geográfica dos
médicos, amplamente divulgada por estarem localizados nos rincões do país, onde
os brasileiros não querem trabalhar, também apresentou problemas.
Segundo o
Tribunal, não houve atendimento adequado às necessidades de alguns municípios,
listados pelo Ministério da Saúde, com maior carência e dificuldade de retenção
de médicos integrantes da Equipe de Saúde da Família. O órgão ressaltou que em
25% dos municípios analisados que receberam profissionais do Projeto Mais
Médicos, houve uma diminuição na quantidade de consultas médicas.
Ainda
sobre as localidades que receberam os intercambistas, foi avaliado que alguns
municípios visitados não estavam cumprindo adequadamente as obrigações em
relação ao fornecimento de moradia e alimentação aos participantes do projeto.
O TCU também apontou que haviam médicos com registro nos Conselhos Regionais de
Medicina com carga horária semanal igual ou superior a 100 horas. “A
constatação pode ser um indício de descumprimento da carga horária prevista no
projeto, uma vez que dificilmente o profissional conseguirá cumpri-la nessas
condições”, explica o relator do processo, ministro Benjamin Zymler.
O
relatório, que colheu informações entre junho de 2013 e março de 2014, não foi
só de falhas. Também
apontou que a chegada dos médicos produziu bons resultados, uma vez que o
número total de consultas aumentou, o tempo de espera diminuiu e a quantidade
de visitas domiciliares também experimentou crescimento significativo. “Outro
ponto positivo foi a chegada e a permanência de médicos em municípios carentes,
onde havia muita dificuldade para atrair e fixar tais profissionais”, aponta
Zymler. O relator salientou que, até o encerramento da auditoria, haviam sido
alocados 13.790 médicos do Projeto Mais Médicos em 3.756 municípios e 33
Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), localizados em todas as 27
unidades federadas. (Com Contas Abertas).
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