CGU INDICA FALHAS GRAVES
NO TRANSPORTE ESCOLAR
Relatório divulgado hoje (29) pela
Controladoria-Geral da União (CGU) indicou falhas na execução de licitações e
de contratos administrativos no Programa Nacional de Apoio ao Transporte
Escolar (Pnate). Com base em fiscalizações de 2011 a 2013, em 131 municípios e
conselhos de Acompanhamento e de Controle Social, o órgão recomendou a
devolução de R$ 3 milhões aplicados no programa.
Entre as irregularidades,
foram constatados casos como o de veículos e condutores que não atendem
aos requisitos previstos pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Além da
devolução do dinheiro, a CGU recomendou o aprimoramento de mecanismos de
controle interno do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a
melhoria da fiscalização dos recursos repassados aos municípios.
De acordo com o levantamento, em 38 dos 131
municípios fiscalizados foram relatados casos de condutores que, apesar de
habilitados, tinham algum tipo de falha na documentação exigida pelo CTB.
Segundo a CGU, quase metade dos conselhos de municípios não realizava
acompanhamento da execução dos recursos do programa.
De acordo com a controladoria, isso resultou em
“alto índice de inoperância no acompanhamento da execução dos recursos”. A CGU
informou que, em 21 municípios, ocorreu algum tipo de “direcionamento,
simulação de processo ou sobrepreço licitatório nas aquisições de
serviços/produtos no âmbito do Pnate”. Os fiscais encontraram ainda “evidências
de restrição à competitividade entre as empresas participantes”.
Além disso, o documento apontou saques em
valores superiores a R$ 800 e pagamentos com cheques, o que, para o órgão,
“contraria normas vigentes”. Também foram encontradas falhas no pagamento e
recebimento dos produtos adquiridos, com a ocorrência de valores superiores aos
dos produtos recebidos.
No relatório, a CGU avaliou como positivo o
controle de 101 municípios na operação do transporte escolar para alunos da
zona rural. Entretanto, foram registrados veículos "fora das
especificações permitidas para transporte, como falta de registro, inspeção,
lanterna, cinto e demais equipamentos”.
Vinculado ao Ministério da Educação, o FNDE
ampliou os mecanismos de controle e discute, por meio de audiências públicas,
normas de veículos para transporte escolar e regulamentação da categoria dos
condutores.
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