ROBERTO
AMARAL CONFIRMA
FRENTE DE
APOIO A LULA-2018
Afastado
da direção do partido após decidir apoiar a reeleição de Dilma Rousseff, o
ex-presidente do PSB Roberto Amaral disse em entrevista ao Broadcast Político
ver claramente um uso político da Polícia Federal nas investigações da operação
Lava Jato. “Tem alguma inteligência articulando isso (os vazamentos dos
conteúdos das delações). Isso prejudica o País”, afirmou.
Amaral
cita a forma e as datas em que as informações são vazadas como evidências da
manipulação política. Ele questiona, por exemplo, o vazamento da delação de
Ricardo Pessoa, da UTC, que implicou dois ministros – Aloizio Mercadante (Casa
Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) – às vésperas da viagem de Dilma
para os Estados Unidos, uma possível agenda positiva para o Planalto. E critica
o fato de apenas as doações a petistas estarem no foco dos vazamentos. “A
diferença da declaração de campanha entre Aécio (Neves) e Dilma é mínima.
Agora, de um lado tem a suposição da ilicitude e do outro, não.”
O
socialista pondera, no entanto, que o governo não pode adotar o discurso
“suicida” de criticar a PF, pois é uma instituição que precisa ter respeitada
sua independência. A solução, para ele, seria haver uma fiscalização de possíveis
abusos e responsabilização. “Tinha que haver um instituto legal para impedir
isso, para responsabilizar”, avaliou.
Amaral
articula com outras forças políticas – incluindo petistas como o ex-governador
do Rio Grande do Sul Tarso Genro – uma frente que chama de “popular e
democrática”. Amaral disse que um dos principais temas da frente popular que
tenta emplacar é como evitar o avanço de concepções reacionárias que, na visão
da movimento, podem ter um impacto nefasto sobre a economia do País. Segundo o relato
do socialista, cerca de 200 pessoas participaram do lançamento da Frente, no
Clube de Engenharia do Rio, entre representantes de movimentos sociais e do
empresariado.
“Um dos
nossos temas foi a defesa da engenharia nacional. Você bota o Marcelo Odebrecht
na cadeia, tritura quem você quiser – acho inclusive um avanço extraordinário
estarmos punindo essas pessoas. Agora, se destruir as dez maiores empresas
brasileiras, que têm know-how no pré-sal, na engenharia, na infraestrutura,
você destrói o País.”
Para
Amaral, criar esse “buraco” só interessa ao capital estrangeiro, “a começar
pelos chineses, que estão aí na porta esperando para fazer aqui o que fizeram
na África”. “Nós temos que, quando jogar fora a água do parto, não jogar o
bebê”, defendeu.
Amaral
diz até que, se fosse presidente, pensaria em uma forma de intervir nas
empresas investigadas, afastar a direção para “limpar e regularizar” e devolver
depois ao mercado, usando como base o mecanismo de intervenção do Banco Central
sobre instituições financeiras.
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