quinta-feira, 2 de julho de 2015

ROBERTO AMARAL CONFIRMA
FRENTE DE APOIO A LULA-2018
 Afastado da direção do partido após decidir apoiar a reeleição de Dilma Rousseff, o ex-presidente do PSB Roberto Amaral disse em entrevista ao Broadcast Político ver claramente um uso político da Polícia Federal nas investigações da operação Lava Jato. “Tem alguma inteligência articulando isso (os vazamentos dos conteúdos das delações). Isso prejudica o País”, afirmou.
Amaral cita a forma e as datas em que as informações são vazadas como evidências da manipulação política. Ele questiona, por exemplo, o vazamento da delação de Ricardo Pessoa, da UTC, que implicou dois ministros – Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) – às vésperas da viagem de Dilma para os Estados Unidos, uma possível agenda positiva para o Planalto. E critica o fato de apenas as doações a petistas estarem no foco dos vazamentos. “A diferença da declaração de campanha entre Aécio (Neves) e Dilma é mínima. Agora, de um lado tem a suposição da ilicitude e do outro, não.”
O socialista pondera, no entanto, que o governo não pode adotar o discurso “suicida” de criticar a PF, pois é uma instituição que precisa ter respeitada sua independência. A solução, para ele, seria haver uma fiscalização de possíveis abusos e responsabilização. “Tinha que haver um instituto legal para impedir isso, para responsabilizar”, avaliou.
Amaral articula com outras forças políticas – incluindo petistas como o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro – uma frente que chama de “popular e democrática”. Amaral disse que um dos principais temas da frente popular que tenta emplacar é como evitar o avanço de concepções reacionárias que, na visão da movimento, podem ter um impacto nefasto sobre a economia do País. Segundo o relato do socialista, cerca de 200 pessoas participaram do lançamento da Frente, no Clube de Engenharia do Rio, entre representantes de movimentos sociais e do empresariado.
“Um dos nossos temas foi a defesa da engenharia nacional. Você bota o Marcelo Odebrecht na cadeia, tritura quem você quiser – acho inclusive um avanço extraordinário estarmos punindo essas pessoas. Agora, se destruir as dez maiores empresas brasileiras, que têm know-how no pré-sal, na engenharia, na infraestrutura, você destrói o País.”
Para Amaral, criar esse “buraco” só interessa ao capital estrangeiro, “a começar pelos chineses, que estão aí na porta esperando para fazer aqui o que fizeram na África”. “Nós temos que, quando jogar fora a água do parto, não jogar o bebê”, defendeu.
Amaral diz até que, se fosse presidente, pensaria em uma forma de intervir nas empresas investigadas, afastar a direção para “limpar e regularizar” e devolver depois ao mercado, usando como base o mecanismo de intervenção do Banco Central sobre instituições financeiras.

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