quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CÂMARA ADIA INVESTIGAÇÃO
DE PROPINA NA PETROBRÁS 
Sem número suficiente de parlamentares em plenário [257 deputados] ficou mais uma vez adiada a votação do requerimento apresentado ontem pelo líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (BA), que quer investigar denúncias relacionadas à Petrobras. O quórum não foi alcançado nem mesmo com a decisão do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) de manter o painel aberto por mais de duas horas. Alves adiou a votação para o dia 11 de março, quando deve ocorrer a primeira sessão da Casa após o carnaval.
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) reforçou que o partido não vai recuar. O objetivo não é enfraquecer o governo. "No dia 11 ou vota o requerimento ou não votamos nada!”, explicou.
O presidente da Câmara explicou que a decisão de adiar a votação foi baseada no Regimento Interno da Casa e no acordo fechado pelos líderes antes da sessão começar. Segundo ele, não houve qualquer orientação do governo. “O problema é que quando um segmento faz a obstrução e consegue a vitória comemora, mas tem o outro lado e tem que se respeitar o regimento. Não posso ser torcedor, tenho que ser cumpridor do
No plenário, o clima até o início desta tarde é semelhante ao da noite de terça (25), quando o PT conseguiu obstruir a votação e impedir que o requerimento fosse votado. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR) antecipou que, mesmo sem decisão sobre uma comissão externa para investigar a estatal, o partido vai começar a coletar assinaturas para instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). 
Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que a atual denúncia tem fortes indícios de verdade. “Apoio a comissão externa e sugiro que a presidenta da Petrobras [Graça Foster] seja a primeira a ser ouvida. É preciso um entendimento, tendo em conta o interesse público”, defendeu.
A pauta de votações da Câmara está trancada desde outubro, impedindo que os deputados votem outros projetos além dos que estão na lista de prioridades do governo, como o Marco Civil da Internet que não tem consenso entre as bancadas.
O descompasso entre Planalto e Câmara ficou mais evidente diante da reclamação manifestada por vários deputados em uma reunião com o vice-presidente Michel Temer na noite da segunda-feira (24). Os parlamentares reclamam que o Legislativo não está sendo respeitado e que o Planalto define o que entra e o que sai da pauta. O impasse já tinha movimentado líderes aliados e de oposição a formar um bloco informal para, a partir de agora, incluir outros projetos na pauta, independente dos que são considerados importantes pelo governo. 
“Esse bloco que está se formando não é contra o Planalto. Pelo contrário. É para a Câmara votar. A iniciativa é limpar a pauta e votar matérias de interesse da sociedade. É nosso dever legislar e não empurrar com a barriga as propostas que o país quer que a gente decida”, concluiu Alves. (Carolina Gonçalves – Agência Brasil)

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