JUSTIÇA FEDERAL BLOQUEIA
BENS NO CASO ALSTOM-CPTM
A Justiça Federal em São Paulo determinou o bloqueio de R$ 9,8 milhões
de cinco acusados de participação em um esquema de corrupção com o grupo
francês Alstom. Eles são apontados pelo Ministério Público Federal (MPF) como
responsáveis pela distribuição de propina a funcionários públicos do estado de
São Paulo. Eles estão entre os 11 réus que respondem pelos crimes de
corrupção ativa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Segundo o MPF, após os pagamentos, que chegaram a R$ 23 milhões, foi assinado
um aditivo no valor de R$ 181 milhões, em valores atualizados, para construção
e ampliação de subestações de energia para o Sistema da Eletropaulo. À época do
funcionamento do esquema, de 1998 a dezembro de 2002, a empresa energética
ainda era estatal.O maior montante bloqueado pertence a Romeu Pinto Junior, R$ 7,9 milhões. Também estão sequestrados R$ 1,3 milhão, de Jorge Fagali Neto; R$ 470 mil, de José Geraldo Villas Boas; R$ 70 mil, de Sabino Indelicato; e R$ 53 mil de Jean-Pierre Charles Antoine Courtadon . O juiz federal Marcelo Costenaro Cavali determinou o bloqueio de R$ 32, 4 milhões. Porém, várias contas bancárias listadas na investigação estavam zeradas ou com saldo menor do que o esperado.
Além deles, são acusados Jonio Kaham Foigel, Thierry Charles Lopez, Daniel Maurice Elie Huet, Cláudio Luiz Petrechen Mendes, Celso Sebastião Cerchiari e José Sidnei Colombo Martini.
De acordo com a denúncia do MPF, o esquema, comandado por Charles, Foigel e Daniel Huet consistia em aliciar funcionários com poder de decisão no governo estadual para garantir operações benéficas à Alstom. Conforme o Ministério Público, eles agiam com a ajuda de intermediários, como Cláudio Mendes e Sabino Indelicato, que aproveitavam a proximidade com a cúpula do governo para favorecer o grupo francês.
Segundo a denúncia, os envolvidos recebiam os valores por meio de
contratos falsos de consultoria ou pagos por empresas no exterior. O dinheiro
era depositado em bancos na Suíça e em Luxemburgo e trazido de volta para o
Brasil com a ajuda de doleiros.
Em nota, a Alstom disse que as acusações referem-se a temas “do começo dos anos
2000 ou anteriores”. O grupo ressalta que, atualmente, tem implementado regras
“estritas de conformidade e ética que devem ser aderidas por todos os
funcionários” e que, atualmente, nenhum dos acusados trabalha na empresa.(Daniel Mello - Agência Brasil)
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