ALÉM DOS ESTÁDIOS, A FIFA
AGORA É DONA DO PAGODE
Até o momento, mais de 180 registros foram concedidos
pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) à Federação
Internacional de Futebol (Fifa) para a Copa do Mundo. Um deles, o da marca
Pagode, causou polêmica. Em função da Lei Geral da Copa, a marca passou a ser
de uso exclusivo da Fifa. Assim, durante o Mundial, fica proibido o uso dela
para atividade associada ao evento.
O registro realizado no INPI trata de Pagode como a fonte
tipográfica, mas a legislação referente ao campeonato ampliou a restrição. “O
que gerou a grande polêmica é que a Lei Geral da Copa tem uma disposição que
diz que a Fifa vai enviar ao INPI listas de registros que a entidade quer que
sejam reconhecidos como marcas de alto renome, que têm proteção para tudo”,
disse nesta quarta (21) à Agência Brasil a diretora substituta de Marcas do
instituto, Silvia Rodrigues de Freitas.
Isso faz com que a marca Pagode, por exemplo, tenha
proteção automática. Como a palavra tem muitos sentidos no Brasil, a diretora
acredita que não haverá proibição da Fifa para que o nome seja usado por grupos
de pagode. “Não faz sentido”, opinou.
Em geral, existe um procedimento complexo para
reconhecimento de uma marca de alto renome no INPI, mas a lei isentou a Fifa
dos procedimentos. “A Fifa nos diz quais são as marcas de alto renome e a gente
simplesmente publica”, explica.
Pela Lei Geral da Copa, o reconhecimento das marcas de
alto renome da Fifa tem um prazo de validade. “O alto renome só vale até o fim
deste ano. Isso da marca Pagode poder proteger tudo só vale até o dia 31 de
dezembro deste ano. A partir de 1º de janeiro de 2015, as marcas que a Fifa
quis que fossem de alto renome voltam a ser marcas normais”, disse a diretora
do Inpi.
No momento, a Fifa tem 100 marcas de alto renome
reconhecidas no Brasil. Há marcas para vestuário, equipamentos, competições
esportivas, publicações, por exemplo. “Elas voltam a proteger apenas aquele
escopo inicial”, salientou. A lei também dá prioridade aos pedidos da Fifa nos
trabalhos do Inpi. Apesar do privilégio, Silvia aponta que todas as disposições
da lei sobre marcas continuam sendo aplicadas aos pedidos da entidade
internacional esportiva. “Não é pediu, levou, não. Ele [pedido] só é examinado
mais rápido”. (Alana Gandra - Agência Brasil)
O estádio e o pagode são da FIFA , mas as favelas continuam abandonadas
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