POLÍCIA
FEDERAL CONDENA A
CENSURA
IMPOSTA PELO MPF
A
Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) divulgou uma nota
nesta quarta-feira (21) condenando o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que a corporação não
divulgasse informações sobre a quinta etapa da Operação Ararath, deflagrada terça-feira
no Mato Grosso. Na nota, os delegados chamam Janto de "censor geral da
República".
A
entidade diz que o pedido de Janot ao ministro Dias Toffoli, do STF, foi
"estranho" e o "fato, considerado inédito, causou grande
perplexidade e indignação entre os Delegados da Polícia Federal". Toffoli
decidiu "calar" a Polícia Federal, afirmam os delegados. "Para
os Delegados Federais, essa foi a mais contundente violência sofrida pela
instituição desde a redemocratização do Brasil", atacam.
A
associação pede explicações sobre o motivo para se ter abafado informações a
respeito da quinta etapa da Ararath. "Afinal, o que seria capaz de
transformar o chefe do Ministério Público da União em um verdadeiro 'Censor
Geral da República'", questiona o texto, que também pede esclarecimentos
sobre os "reais motivos" que levaram o ministro Dias Toffoli a
impedir que a PF informasse a imprensa de suas ações.
Leia a
íntegra:
A
investigação, que começou em 2011, apontou envolvimento de servidores dos
poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e também de membros do Ministério
Público estadual. Apesar da operação ter sido bem sucedida e dentro da
normalidade, um fato, considerado inédito, causou grande perplexidade e
indignação entre os Delegados da Polícia Federal.
O
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, acatou um pedido do
Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, e decidiu "calar" a
Polícia Federal, ao determinar que o andamento das investigações seja feita sob
sigilo judicial. A PF foi impedia, inclusive, de promover uma entrevista
coletiva, para fazer um balanço da operação, em que o governador de Mato Grosso
foi preso por porte de arma com registro vencido. Segundo informou a edição
online de “O Globo” de terça-feira, um grande empresário, que recusou convite
da presidente Dilma Rousseff para ocupar um Ministério, teria sido citado numa das
muitas interceptações telefônicas feita pela PF.
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