quarta-feira, 21 de maio de 2014

POLÍCIA FEDERAL CONDENA A
CENSURA IMPOSTA PELO MPF 
A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) divulgou uma nota nesta quarta-feira (21) condenando o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que a corporação não divulgasse informações sobre a quinta etapa da Operação Ararath, deflagrada terça-feira no Mato Grosso. Na nota, os delegados chamam Janto de "censor geral da República".
A entidade diz que o pedido de Janot ao ministro Dias Toffoli, do STF, foi "estranho" e o "fato, considerado inédito, causou grande perplexidade e indignação entre os Delegados da Polícia Federal". Toffoli decidiu "calar" a Polícia Federal, afirmam os delegados. "Para os Delegados Federais, essa foi a mais contundente violência sofrida pela instituição desde a redemocratização do Brasil", atacam.
A associação pede explicações sobre o motivo para se ter abafado informações a respeito da quinta etapa da Ararath. "Afinal, o que seria capaz de transformar o chefe do Ministério Público da União em um verdadeiro 'Censor Geral da República'", questiona o texto, que também pede esclarecimentos sobre os "reais motivos" que levaram o ministro Dias Toffoli a impedir que a PF informasse a imprensa de suas ações.
Leia a íntegra:
A investigação, que começou em 2011, apontou envolvimento de servidores dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e também de membros do Ministério Público estadual. Apesar da operação ter sido bem sucedida e dentro da normalidade, um fato, considerado inédito, causou grande perplexidade e indignação entre os Delegados da Polícia Federal.

O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, acatou um pedido do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, e decidiu "calar" a Polícia Federal, ao determinar que o andamento das investigações seja feita sob sigilo judicial. A PF foi impedia, inclusive, de promover uma entrevista coletiva, para fazer um balanço da operação, em que o governador de Mato Grosso foi preso por porte de arma com registro vencido. Segundo informou a edição online de “O Globo” de terça-feira, um grande empresário, que recusou convite da presidente Dilma Rousseff para ocupar um Ministério, teria sido citado numa das muitas interceptações telefônicas feita pela PF.

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