NO PAIS DO FUTEBOL FALTAM
QUADRAS NA REDE ESCOLAR
O sonho de se tornar um grande jogador está na fala e no
desejo da maioria dos meninos que frequentam aulas de futebol em Porto Alegre,
capital do Rio Grande do Sul. Em um estado onde a torcida se divide entre
grandes times como Grêmio e Internacional e em que jogadores renomados, como
Taffarel, Dunga e Ronaldinho Gaúcho, consolidaram as carreiras, é difícil não
ver os olhos das crianças brilharem ao revelarem seus sonhos. Esse panorama se
repete nos quatro cantos do País do futebol e que promete, nas palavras da
presidente Dilma Rousseff, fazer a Copa das Copas em 2014.
Ao ser perguntado sobre o significado do futebol, um
garoto de 12 anos responde sem titubear: “É o meu futuro”. O pai do adolescente
está preso e a mãe não trabalha. Ele conta com a ajuda dos irmãos para viver,
mas tem esperança de dias melhores. Com a Copa do Mundo, os sonhos para o
futuro parecem se tornar ainda mais vivos. Mesmo assim, ele tem críticas ao
evento.
“Está muito embaraçado, a rua está muito ruim, não dá nem
para andar, está uma tranqueira. Gosto por um lado, porque vou conhecer um
monte de pessoas, contatos de times, para ir mais longe.”
Ele estuda na escola Leocádia Prestes, no Cohab
Cavalhada, e frequenta duas vezes por semana as aulas do Social Futebol Clube.
O projeto é desenvolvido por 25 ex-jogadores em dez comunidades de Porto
Alegre. Em 2013, foram atendidas 1,3 mil crianças.
Em dias de chuva, entretanto, os meninos não têm como
jogar. As quadras não têm cobertura e ficam cheias de lama. Em outro bairro de
Porto Alegre, o Protásio Alves, as crianças que estudam na Escola Municipal Ana
Íris do Amaral sofrem com o mesmo problema. Segundo a professora Marilice
Marques Claus, nos dias de chuva, as atividades físicas são suspensas.
Para atividades como vôlei, os professores fazem de um
espaço recreativo uma quadra. Laura Beatriz, 14 anos, aluna da escola, diz que
esse espaço adaptado é muito baixo para a prática do esporte.
“Tinha muito aluno bom no vôlei que ia para campeonato e
a professora acabou de se aposentar. Se a quadra melhorasse e viesse um
professor bom também, a gente poderia ter mais futuro no vôlei. É quase
impossível de lançar [a bola] naquela quadra, ela é muito baixa.” (Agência
Brasil)
Por falta de campos de várzea, crianças jogam futebol em
meio ao lamaçal das ruas sem rede de esgotos e sem calçamento
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