COMISSÕES
DO SENADO QUEREM
OUVIR O
PRESIDENTE DO BNDES
Possíveis
conexões entre empréstimos do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social - e casos de corrupção na Petrobras, em investigação pela Operação
Lava Jato, poderão ser discutidas com o presidente da instituição, Luciano
Coutinho, durante audiência pública conjunta que a Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) e a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) farão na nesta
terça-feira (14).
Essas
ligações são citadas pelo senador Lasier Martins (PDT-RS), no requerimento da
audiência, como uma das razões que justificam o convite feito a Coutinho para
comparecer às duas comissões. Lasier menciona os empréstimos à empresa Sete
Brasil, produtora de equipamentos de produção de petróleo.
Conforme
tem sido publicado pela imprensa, a empresa está há meses em atraso com o BNDES,
com o qual mantém débitos estimados em mais de US$ 900 milhões — cifra também
incluída pelo senador no requerimento. Lasier acrescenta que os desembolsos do
BNDES passaram de R$ 47,1 bilhões, em 2005, para R$ 190,4 bilhões, em 2013.
"A despeito desse montante, extremamente significativo, não temos
informações a respeito dos resultados obtidos com essa política de concessão
agressiva de financiamentos", diz.
Em
ambiente de escassez de recursos, prossegue ele, os critérios de concessão de
empréstimos tornam-se ainda mais relevantes. De acordo com o senador gaucho, é
preciso levar em consideração que recursos para financiamentos do banco são, em
parte significativa, oriundos do Fundo de Assistência ao Trabalhador (FAT).
Lasier
aponta ainda "sérios indícios" de baixa eficácia na aplicação de
empréstimos do banco. Para o parlamentar, o BNDES executa políticas à margem do
controle público, "tendo, inclusive, se negado a fornecer documentos ao
Tribunal de Contas da União, alegando sigilo bancário". Por isso, ele
considera necessário discutir também o alcance do sigilo bancário nas operações
do BNDES, "haja vista que, ao envolver recursos públicos, o controle da
destinação de verbas é fundamental para os interesses do povo brasileiro".
(Com Agência Senado)
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