CONDENADO DO MENSALÃO PODE
ACEITAR DELAÇÃO NO PETROLÃO
O ex
deputado Pedro Côrrea (PP-PE) poderá aceitar a delação premiada e contar
detalhes de sua participação no Petrolão. A afirmação é do advogado Clóvis
Corrêa Filho, que representa o ex-deputado, que cumpria pena em regime semiaberto em Pernambuco, pois fora condenado no Mensalão.
"A minha sugestão é
que ele faça delação premiada. Ele tem 67 anos de idade, é diabético, tem
pressão alta. O caminho que ele tem é o de colaborar com a Justiça", afirmou
o advogado.
A prisão
preventiva de Pedro Correa foi decretada na 11ª fase da Operação Lava Jato,
deflagrada na última sexta-feira (10), quando a Polícia Federal (PF) recolheu
documentos que provam que o ex-deputado federal pediu dinheiro ao doleiro
Alberto Youssef por e-mail, visitou seus escritórios pelo menos 23 vezes e
tinha movimentação financeira incompatível com seus rendimentos.
A Polícia
Federal obteve um e-mail enviado por Corrêa a Youssef no qual ele informa uma
relação de contas bancárias dele próprio e de pessoas ligadas a ele com os
valores para depósitos, que depois se confirmaram.
O ex
deputado pernambucano já havia sido condenado no chamado 'mensalão' e, segundo
a PF, continuou recebendo dinheiro de Youssef mesmo quando já tinha se tornado
réu no escândalo. Ele cumpria pena em regime semiaberto devido ao mensalão, mas
foi transferido para a carceragem da PF em Curitiba.
Responsável
pela condução das investigações, o juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba,
acredita que as provas mostram que Corrêa usou o mandato "para enriquecer
ilicitamente em detrimento dos cofres públicos" e que ele usou "sua
posição no Partido Progressista para o mesmo objetivo".
Moro
também determinou o bloqueio dos bens de Corrêa e de outras três pessoas
ligadas a ele, por meio das quais o ex-deputado teria movimentado dinheiro.
Um deles
é um empregado rural de Corrêa. Segundo a PF, o funcionário recebeu mais de R$
700 mil entre 2010 e 2014, sendo que nem sequer apresentou declaração de
Imposto de Renda. Os depósitos para ele eram seguidos de saques no mesmo dia,
conforme publicação do jornal Folha de São Paulo.
Um laudo
feito pelos investigadores detectou incompatibilidade entre a movimentação
financeira do ex-deputado e seus rendimentos. Entre 2010 e 2014, ele obteve
cerca de R$ 3,3 milhões. "Para 2012, por exemplo, houve créditos de R$
952.182,97 para rendimentos declarados de R$ 372.969,85", diz Moro.
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