CASEIRO NEGA
PARTICIPAÇÃO NA
MORTE DE CORONEL NA
BAIXADA
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
do Senado informou nesta terça (6) que o caseiro Rogério Pires, suspeito de ter
participado da morte do coronel reformado do Exército Paulo Malhães, negou
envolvimento no crime. Na versão da Polícia Civil, o caseiro confessou a
participação no latrocínio (roubo seguido de morte), no sítio do coronel, em
Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
"Ele não confessou o crime, disse que não participou
de nada, não sabia de nada, enfim, não confirmou a participação dele em momento
algum", disse à imprensa a presidenta da comissão, senadora Ana Rita
(PT-ES). Ela conversou com o caseiro na Delegacia Antissequestro do Rio,
acompanhada dos senadores da comissão João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP).
Segundo a presidenta da comissão, o caseiro, que é
analfabeto, foi ouvido pela Polícia Civil sem
a presença de um advogado. “Nos estranhou muito uma pessoa como ele, que
não sabe ler, não sabe escrever, não tem nenhuma escolarização, ter prestado
depoimento sem um advogado. Isso é muito estranho”. Ela disse que Rogério não
apresenta marcas de torturas e negou ter sido pressionado a prestar o
depoimento à Divisão de Homicídio da Baixada Fluminense.
"Isto foi perguntado expressamente: 'Se ele, em
algum momento, admitiu ter participado do assalto e do assassinato do coronel'.
Ele negou peremptoriamente. Disse que em nenhum momento admitiu isso [o
crime]", acrescentou o presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih
Damous, que acompanhou a visita oficial da comitiva do Senado à delegacia onde
está o preso.
O caseiro também contou à comitiva que não sabia da participação dos irmãos no crime. Segundo Rogério, que ficou amarrado com a esposa do coronel durante o episódio no sítio, ele identificou os parentes por uma tatuagem já que dois envolvidos usavam capuz. Ele também revelou que um dos envolvidos falava ao telefone no momento da ação, o que pode ser um sinal da participação de mais pessoas, avalia o senador João Capiberibe.
Para o senador Randolfe, as declarações do caseiro levantam suspeitas sobre a possibilidade de execução do coronel Malhães.
O caseiro também contou à comitiva que não sabia da participação dos irmãos no crime. Segundo Rogério, que ficou amarrado com a esposa do coronel durante o episódio no sítio, ele identificou os parentes por uma tatuagem já que dois envolvidos usavam capuz. Ele também revelou que um dos envolvidos falava ao telefone no momento da ação, o que pode ser um sinal da participação de mais pessoas, avalia o senador João Capiberibe.
Para o senador Randolfe, as declarações do caseiro levantam suspeitas sobre a possibilidade de execução do coronel Malhães.
“Essa é uma hipóteses com que estamos trabalhando”,
disse.
O militar tinha confessado à Comissão da Verdade do Rio
de Janeiro ter participado ativamente de tortura de presos políticos durante a
ditadura militar e deu detalhes sobre a prática no Rio de Janeiro.
A Comissão de Direitos Humanos disse que solicitará
imediatamente auxilio jurídico ao caseiro, por meio da Defensoria Pública e
Proteção à Família do caseiro. Mais tarde, a comitiva do Senado se reúniu como
o chefe da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, para tratar do caso. (Foto:Tomaz
Silva/Agência Brasil)
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