MOVIMENTOS SOCIAIS
PROMETEM
PROTESTOS DURANTE A
COPA
Representantes das 12 cidades-sede da Copa do Mundo,
discutiram estratégias de mobilização para fazer do evento um espaço de
protesto e reivindicação.
“Nós fomos bem surpreendidos pela realização dos atos
[manifestações durante a Copa das Confederações], no ano passado, e queremos
que eles voltem a ocorrer”, disse Valéria Pinheiro, da Ancop e do Comitê
Popular da Copa do Ceará.
“Nós queremos juntar as diversas articulações de
movimentos sociais, populares, sindicatos e todos os setores que neste momento
estão comprometidos em levar uma mensagem de luta para o povo brasileiro para
que a gente de fato organize uma jornada unitária”, disse o integrante da
direção nacional da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Sebastião
Carlos.
Durante o encontro, os participantes criticaram os gastos
com a Copa do Mundo. De acordo com a Matriz de Responsabilidade do evento,
estima-se a aplicação de R$ 25,6 bilhões nas cidades-sede.
Economista do Instituto de Políticas Alternativas para o
Cone Sul (Pacs), Sandra Quintela alerta que as dívidas dos municípios em função
do evento poderão resultar em crises nos próximos três anos. “As cidades foram
estimuladas a se endividar”, diz, destacando que, durante a preparação do
Mundial, foram autorizadas, pela Lei 12.348, a tomar novos empréstimos, mesmo
se a dívida total delas já estivesse acima da receita líquida real.
Sandra Quintela (foto)aponta como negativas mais duas medidas
tomadas para viabilizar a Copa: as isenções fiscais concedidas ao Comitê
Organizador Local (COL), à Fifa e demais empresas ligadas à promoção da Copa de
2014, assim como a alteração na Lei de Licitações, que passou a permitir a uma
empresa executar uma obra sem o projeto definitivo.
“Tiveram que fazer vários ‘puxadinhos’, arremedos nos
projetos, contratação de mais serviços para que as obras fossem feitas a toque
de caixa”, critica. Com isso, segundo a economista, aumentou a expectativa de
gastos com a Copa, que, há quatro anos, era de aproximadamente R$ 20 bilhões.
“Os interesses privados foram favorecidos em detrimento do interesse público”.
Os participantes do encontro dizem que os estádios, como
o de Manaus, com capacidade para receber mais de 44 mil pessoas por partida,
podem acabar subutilizados, após o Mundial, como ocorreu com as instalações
feitas para os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. (ABr)
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