RACIONAMENTO É INEVITÁVEL
MAS GOVERNO CULPA O CLIMA
Nesta quarta (7), o Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico divulgou nota informando que o suprimento de energia para este ano
está assegurado, apesar das dificuldades enfrentadas pela falta de chuvas para
abastecer os reservatórios de hidrelétricas, especialmente na Região Sudeste.
Nesta quinta-feira, o secretário executivo do Ministério
de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que o governo está monitorando
diariamente a situação dos reservatórios e a demanda do país.
“Tivemos o azar de ter uma seca grande. Para não
incorrermos em racionamento, acionou-se as termelétricas. Claro que são mais
caras, e o custo tem de ser pago. Portanto, isso implica em aumento de tarifa.
Mas isso é conjuntural. Uma vez melhorada a hidrologia, os custos baixam de
novo”, explicou Zimmermann.
Segundo o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa
Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, se o governo não tivesse reduzido os
preços da energia, no ano passado, os custos teriam se tornado insuportáveis
para os consumidores.
O representante da Federação Nacional dos Trabalhadores
em Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema), Eduardo Annunciato, criticou a Lei
12.783/2011, que permitiu o barateamento das tarifas, e a atual política para o
setor. Para a Fenatema, a interferência do governo resultou em demissões de
trabalhadores devido às restrições orçamentárias impostas às empresas elétricas
e à migração de trabalhadores para outros setores.
"Tudo o que foi feito podia ter sido de forma
calculada, cuidadosamente, acompanhando resultados passo a passo. Estamos
diante de uma moratória. Em um primeiro momento, os custos são reduzidos, mas a
consequência no futuro é o aumento. Já temos problema de oferta e
demanda", afirmou Annunciato.
Também participaram da audiência pública promovida pelo
TCU representantes da Eletrobras; da Associação Brasileira de Distribuidores de
Energia Elétrica (Abradee), da Associação Brasileira de Grandes Consumidores
Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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