quinta-feira, 8 de maio de 2014

RACIONAMENTO É INEVITÁVEL
MAS GOVERNO CULPA O CLIMA 
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse hoje (8) que, caso se conclua que não há como suprir a demanda por energia elétrica no país, serão propostas medidas adicionais, “sejam elas quais forem”. A declaração foi dada durante evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para debater a sustentabilidade do setor e os impactos da medida provisória que possibilitou a redução das tarifas de energia elétrica. O ONS é responsável pela coordenação e pelo controle da operação da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Nesta quarta (7), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico divulgou nota informando que o suprimento de energia para este ano está assegurado, apesar das dificuldades enfrentadas pela falta de chuvas para abastecer os reservatórios de hidrelétricas, especialmente na Região Sudeste.
Nesta quinta-feira, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que o governo está monitorando diariamente a situação dos reservatórios e a demanda do país.
“Tivemos o azar de ter uma seca grande. Para não incorrermos em racionamento, acionou-se as termelétricas. Claro que são mais caras, e o custo tem de ser pago. Portanto, isso implica em aumento de tarifa. Mas isso é conjuntural. Uma vez melhorada a hidrologia, os custos baixam de novo”, explicou Zimmermann.
Segundo o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, se o governo não tivesse reduzido os preços da energia, no ano passado, os custos teriam se tornado insuportáveis para os consumidores.
O representante da Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema), Eduardo Annunciato, criticou a Lei 12.783/2011, que permitiu o barateamento das tarifas, e a atual política para o setor. Para a Fenatema, a interferência do governo resultou em demissões de trabalhadores devido às restrições orçamentárias impostas às empresas elétricas e à migração de trabalhadores para outros setores.
"Tudo o que foi feito podia ter sido de forma calculada, cuidadosamente, acompanhando resultados passo a passo. Estamos diante de uma moratória. Em um primeiro momento, os custos são reduzidos, mas a consequência no futuro é o aumento. Já temos problema de oferta e demanda", afirmou Annunciato.
Também participaram da audiência pública promovida pelo TCU representantes da Eletrobras; da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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