32% DOS ELEITORES DE DILMA
REFORÇARAM OS PROTESTOS
Documento
interno da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República admite
que existe um forte movimento de perda de adesão de eleitores da presidenta
Dilma Rousseff (PT) neste início de gestão. Conforme pesquisa encomendada pela
Secom/Ibope, 32% dos entrevistados mudaram de opinião negativamente sobre o
governo federal nos últimos seis meses. Além disso, a Secom admite que sua
comunicação “foi errada e errática” em 2015. O documento foi publicado pelo
jornal O Estado de São Paulo.
Com
apenas cinco páginas, o material narra problemas enfrentados pela Secretaria de
Comunicação de Dilma e uma gradativa redução de popularidade da presidente,
principalmente nas redes sociais. Por conta disso, o texto sugere que o PT
precisa fazer uma ofensiva em sites, redes sociais e em blogs alinhados ao
governo para reconquistar o eleitor.
Conforme
as observações feitas por esse documento interno, as razões para a perda da
popularidade da presidente são: “os escândalos de corrupção (31%), aumento da
inflação (28%) e o fato de o governo ‘não cumprir o que promete (16%)”.
Segundo o
documento, “As responsabilidades da comunicação oficial do governo federal e as
do PT/Instituto Lula/bancada/blogueiros são distintas. As ações das páginas do
governo e das forças políticas que apoiam Dilma precisam ser muito melhor
coordenadas e com missões claras. A guerrilha política precisa ter munição
vinda de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele”, analisa.
Segundo a
Folha de S. Paulo o texto seria
de autoria do ministro Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação. O
documento vem a público justamente no momento em que setores do PT e a própria
Dilma tem criticado o trabalho da pasta.
Na
análise da Secretaria de Comunicação, ao invés de pedir “paciência” aos
eleitores, a presidente precisa responder questões relacionadas ao aumento da
gasolina e demais tarifas públicas ou implementar ações mais efetivas de
combate à corrupção, por exemplo. “Sem responder claramente a essas perguntas
(problemas na economia e corrupção) não há como a militância se sentir
respeitada de novo e, de novo, defender o governo.
“Óbvio que essa reconquista não é apenas um
trabalho de comunicação. Não adianta falar que a inflação está sob controle
quando o eleitor vê o preço da gasolina subir 20% de novembro para cá ou a sua
conta de luz saltar em 33%. O dado oficial IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) conta menos do que ele sente no bolso. Assim, como um senador tucano na
lista da Lava Jato não altera o fato de que o grosso do escândalo ocorreu na
gestão do PT”, admite o setor de Comunicação de Dilma.
Apesar
dos problemas, o setor de comunicação da Dilma admite que o governo federal já
iniciou uma reação. “A entrevista presidencial desde dia 16 foi um excelente
início. Ao falar com firmeza sobre o seu compromisso com a democracia, explicar
de forma fácil a necessidade do ajuste fiscal e assumir falhas como a da
condução do Fies (Fundo de Incentivo ao Ensino Superior), a Presidente deu um
rumo novo na comunicação do governo. Não pode parar”, relaciona.
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