TAXA NA CONTA DE LUZ VAI
PARA O CAIXA DOS PARTIDOS
Parlamentares
de diversos partidos pediram e o relator do Orçamento 2015, senador Romero Jucá
(PMDB-RR), vai alocar neste ano cerca de R$ 570 milhões para o fundo partidário,
dinheiro público distribuído para financiar a estrutura das legendas. O
montante representa aumento de 45,2% do que foi fixado na peça orçamentária do
ano passado (R$ 392,4 milhões) para esse fim, e quase duas vezes mais do que o
governo havia sugerido (R$ 289,5).
As
informações são da edição deste sábado (14) do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, o aumento do
repasse é resultado da “pulverização” das siglas com representação na atual
legislatura da Câmara, além da provável diminuição de doações de empresas para
as agremiações partidárias, em decorrência do escândalo de corrupção descoberto
na Petrobras pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
“Jucá
promoveu uma engenharia financeira para acomodar o benefício.
Ele remanejou cerca
de R$ 2,7 bilhões destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), usada
para custear nos últimos anos o desconto na conta de luz. Mas o reajuste na
tarifa de energia fez com que esse dinheiro – que o governo pretendia usar para
ajudar na recuperação das contas públicas – ficasse disponível”, diz trecho da
reportagem.
O aumento
da verba partidária será promovido por meio de emenda de plenário ao projeto de
lei orçamentária, cuja votação está prevista para a esta terça-feira (17).
Segundo o Estadão, “será a maior turbinada no Fundo Partidário desde o
Orçamento de 2011”. Procurado pela reportagem, Jucá não comentou o assunto –
sua assessoria disse ao jornal que ele estava no interior de seu estado (Pará)
sem possibilidade de comunicação.
O jornal
lembra que o aumento do fundo não é a única demanda dos parlamentares para
aprovar o orçamento. Há também o chamado orçamento impositivo, por meio do qual
o governo se comprometeu a pagar R$ 10 milhões para cada congressista, em
execução orçamentária de livre escolha – o instrumento lhes permite aplicar a
verba extra em seus redutos eleitorais para executar obras e fazer doações, por
exemplo.
Enquanto isso, a CPI da Ampla em São Gonçalo,
na região metropolitana do Rio de Janeiro, que iria fazer na quinta-feira (12)
uma audiência pública para discutir os repetidos apagões naquele municio, que
seria realizada na sede da OAB, no bairro Zé Garoto, naquela cidade, foi
cancelada por um motivo inusitado: faltou luz na hora da audiência. Segundo a assessoria de
imprensa da OAB, o problema ocorreu logo que se passaram 20 minutos da sessão.
Com a falta de energia, o calor aumentou e os vereadores decidiram então
suspender a audiência.
A Ampla, de capital italiano, é concessionária
de energia elétrica dos 66 municípios, inclusive Niterói e São Gonçalo e parte
de Duque de Caxias, que pertenciam à extinta Cerj. (Com a Agência de Notícias
do Senado)
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