CPI DA
PETROBRAS CONVOCA
EX-REPRESENTANTE DA SMB
Os
deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras tomarão, na
próxima quinta-feira (26), o depoimento do empresário Júlio Faerman, ex-representante
da empresa holandesa SBM Offshore, que aluga navios-plataforma para a
Petrobras. Nesta quarta (19), a CPI tentou ouvir o ex-diretor de Serviços da
Petrobras Renato Duque, que usou a prerrogativa de permanecer calado, uma vez
que está sob investigação da Justiça. A SBM Offshore é acusada de integrar o
esquema de pagamento de propina a funcionários da Petrobras para obter
contratos com a estatal.
Em
depoimento na CPI, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, primeiro a depor no
colegiado, disse que sua participação no esquema de pagamento de propina na
empresa começou em 1997, recebendo propina da empresa holandesa.
Barusco
revelou ter discutido o pagamento de propina com o tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto. Ele contou ter recebido da SBM Offshore US$ 300 mil, que disse
ter repassado ao PT para uso na campanha presidencial de 2010. Em depoimento na
Justiça, Barusco estimou que o PT tenha recebido de US$ 150 milhões a US$ 200
milhões, entre 2003 e 2013.
Além de
Faerman, a CPI definiu a data em que vão depor o gerente da Refinaria Abreu e
Lima, Glauco Legati (31 de março) e o diretor de Gás e Energia da Petrobras,
Hugo Repsold (7 de abril). Após as revelações de Barusco, há possibilidade de a
comissão convocar também o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para depor – há
vários requerimentos neste sentido que podem ser aprovados na reunião da
próxima semana.
A CPI já
ouviu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, em depoimento espontâneo
acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter agido
politicamente na escolha dos nomes que integraram a lista por ele enviada ao
Supremo Tribunal Federal como envolvidos no esquema de corrução. Cunha é um dos
citados na lista, com pedido de abertura de inquérito, encaminhada ao Supremo.
Outro
convocado pela CPI foi o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli. Em
seu depoimento, Gabrielli disse que não acredita na existência de um esquema de
corrupção sistêmica na companhia petrolífera. Para ele, é preciso separar a
Petrobras daqueles que desviaram recursos dela.
Na terça-feira (17), a SBM Offshore assinou um memorando de
entendimento com a Controladoria-Geral da União (CGU) e com a Advocacia-Geral
da União (AGU), para que a Petrobras apresente informações relevantes às
investigações. A medida, com o ressarcimento de prejuízos, caso comprovados,
pode livrar a empresa das punições previstas em lei, como a participação e
novas licitações. (Com Agência Brasil)
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