CASO AMARILDO - GOVERNO É
OBRIGADO A PAGAR PENSÃO
O magistrado, em sua decisão, fala da família humilde,
pobre, morando em uma casa de apenas um cômodo na Favela da Rocinha, de futuro
incerto e sem esperança de dias melhores. O chefe da família é levado pela
Polícia Militar para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade e
simplesmente desaparece sem que quem tinha o dever de custodiá-lo, saiba do seu
paradeiro. "Aparelhos de vigília e localização, coincidentemente, naquele
dia e hora, deixam de funcionar. Tudo isso leva a crer fielmente que a família
necessita de ajuda", diz o desembargador.
Em outro trecho do seu despacho, Marinho diz que é
inequívoco que Amarildo foi levado pela Polícia Militar. "É inequívoco que
Amarildo não mais retornou ao seu domicílio. É inequívoco que Amarildo não mais
foi visto no lugar. É inequívoco que os aparelhos eletrônicos de segurança,
coincidentemente não funcionavam no dia. É inequívoco que acontecimento deste
jaez [tipo] já perpassaram pelo comportamento da autoridade policial militar. É
inequívoco que sua família passa por privações materiais e imateriais. Assim,
nada mais justo que a pretensão requerida seja deferida e sejam antecipados os
efeitos de tutela pretendida, para viabilizar a família do desaparecido uma
vivência senão confortável, menos desprovida e menos sofrida", avaliou.
O advogado João Tancredo, que defende a família de
Amarildo, disse que da medida cabe recurso, mas que "o Estado deve ter a
decência de não recorrer do caso".
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