OPERADORA COBRA LIGAÇÕES
PARA A “CORTINA DE FERRO”
O empresário Newton Pettrerle, de Curitiba, no Paraná, está há 3 meses
enfrentando um problema kafkaniano. Ele teve suspensos os serviços dos cinco
telefones da operadora OI, depois de reclamar da cobrança de uma fatura de R$
180 mil, por conta de supostas ligações internacionais (DDI) para a Iugoslávia,
um país situado nos Balcãs, MAS que deixou, legalmente, de existir em 1992, quando
quatro das seis repúblicas que a compunham — Eslovénia, Croácia, Macedônia e
Bósnia e Herzegovina — deixaram a federação para formar novos Estados
independentes.
A conta chegou no fim de maio, com 36 páginas e o valor de R$
180.391,08. Após duas das linhas ficarem mudas e o problema não ser resolvido,
o empresário pediu uma segunda via da fatura por e-mail, já que a original não
havia sido entregue, quando constatou um valor mil vezes acima da média que ele
estava acostumado a pagar – de R$ 197,00 por mês.
Além da Iugoslávia, a lista contemplava ligações feitas a partir do
Uruguai para países como Estônia, Letônia e Mauritânia. Duas das ligações, por
exemplo, foram feitas no mesmo dia e hora, com 14 minutos cada uma. O
empresário garante que nunca esteve no Uruguai, e que manteve os chips com ele
o tempo todo.
Quando reclamou para a operadora, Petterle enfrentou outro problema. Ele
gravou a informação prestada por um funcionário da Oi, de que, apesar de o
problema não ter sido resolvido, ele já havia esgotado as duas chances de
reclamação a que o usuário da operadora tem direito. “Como já foram feitas duas
análises da contestação, a regra mesmo é somente duas. A terceira, até se o
senhor tentar abrir outra [reclamação] aqui, o setor não vai analisar. São
somente duas contestações que são permitidas”, disse o funcionário.
Acionada pelo empresário curitibano, a Anatel – agência responsável pela
fiscalização das operadoras de telefonia – informou que a Oi já reconhecera o
erro, cancelaria a cobrança dos R$ 180 mil contestados e enviaria uma nova
fatura, no valor de R$ 197 reais, a média das suas contas telefônicas. Ao invés
disso, a Oi suspendeu os serviços.
Newton Petterle apelou, então,
para o Procon, onde foi informado que a Oi é a recordista de reclamações
naquele órgão, que vão desde cobranças indevidas e abusivas até serviços não
fornecidos – foram 3.517 registros apenas em 2013.
“A Oi é uma das empresas que tem o maior índice de resolutividade, mas o
problema dela está na outra ponta, que é a criação de problemas. Então é algo
que a empresa tem que verificar, averiguar”, afirmou a diretora do órgão,
Claudia Silvano. (Fonte: G1/Paraná).
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