segunda-feira, 9 de setembro de 2013

OPERADORA COBRA LIGAÇÕES
PARA A “CORTINA DE FERRO”

O empresário Newton Pettrerle, de Curitiba, no Paraná, está há 3 meses enfrentando um problema kafkaniano. Ele teve suspensos os serviços dos cinco telefones da operadora OI, depois de reclamar da cobrança de uma fatura de R$ 180 mil, por conta de supostas ligações internacionais (DDI) para a Iugoslávia, um país situado nos Balcãs, MAS que deixou, legalmente, de existir em 1992, quando quatro das seis repúblicas que a compunham — Eslovénia, Croácia, Macedônia e Bósnia e Herzegovina — deixaram a federação para formar novos Estados independentes.
A conta chegou no fim de maio, com 36 páginas e o valor de R$ 180.391,08. Após duas das linhas ficarem mudas e o problema não ser resolvido, o empresário pediu uma segunda via da fatura por e-mail, já que a original não havia sido entregue, quando constatou um valor mil vezes acima da média que ele estava acostumado a pagar – de R$ 197,00 por mês.
Além da Iugoslávia, a lista contemplava ligações feitas a partir do Uruguai para países como Estônia, Letônia e Mauritânia. Duas das ligações, por exemplo, foram feitas no mesmo dia e hora, com 14 minutos cada uma. O empresário garante que nunca esteve no Uruguai, e que manteve os chips com ele o tempo todo.
Quando reclamou para a operadora, Petterle enfrentou outro problema. Ele gravou a informação prestada por um funcionário da Oi, de que, apesar de o problema não ter sido resolvido, ele já havia esgotado as duas chances de reclamação a que o usuário da operadora tem direito. “Como já foram feitas duas análises da contestação, a regra mesmo é somente duas. A terceira, até se o senhor tentar abrir outra [reclamação] aqui, o setor não vai analisar. São somente duas contestações que são permitidas”, disse o funcionário.
Acionada pelo empresário curitibano, a Anatel – agência responsável pela fiscalização das operadoras de telefonia – informou que a Oi já reconhecera o erro, cancelaria a cobrança dos R$ 180 mil contestados e enviaria uma nova fatura, no valor de R$ 197 reais, a média das suas contas telefônicas. Ao invés disso, a Oi suspendeu os serviços.
 Newton Petterle apelou, então, para o Procon, onde foi informado que a Oi é a recordista de reclamações naquele órgão, que vão desde cobranças indevidas e abusivas até serviços não fornecidos – foram 3.517 registros apenas em 2013.
“A Oi é uma das empresas que tem o maior índice de resolutividade, mas o problema dela está na outra ponta, que é a criação de problemas. Então é algo que a empresa tem que verificar, averiguar”, afirmou a diretora do órgão, Claudia Silvano. (Fonte: G1/Paraná).

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