CNJ DECIDE INVESTIGAR AS
VARAS EMPRESARIAIS DO RJ
A correição vai complementar as apurações já realizadas
pela Corregedoria Nacional de Justiça em sindicância aberta em novembro do ano
passado, motivada por denúncias da imprensa sobre irregularidades na
administração das massas falidas. Segundo reportagens, magistrados nomeavam
parentes e amigos para administrarem as massas falidas mais lucrativas.
Uma das estratégias do esquema, conforme o noticiário,
era prolongar os procedimentos de liquidação para aumentar o lucro com
contratações superfaturadas, e muitas vezes desnecessárias, de escritórios de
advocacia, contadores e vigilantes, por exemplo. Pela Lei de Falências,
prestadores de serviços de massas falidas têm preferência para receber
pagamento antes mesmo dos credores. Outra denúncia refere-se ao destino dos
imóveis de empresas falimentares levadas a leilão, com o suposto favorecimento
a magistrados, parentes e amigos no arremate de apartamentos e salas comerciais
por valores abaixo dos praticados no mercado.
A correição nas varas empresariais, segundo a portaria do
corregedor nacional, também é motivada pela tramitação, no Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), do Pedido de Providências 0006951-20.2012.2.00.0000, que
solicita a verificação da eficácia da Central de Liquidantes criada pelo Ato
Executivo n. 998/2010, da Corregedoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro. O
Pedido de Providências é relatado pelo ministro Francisco Falcão, corregedor
nacional de Justiça.
Os trabalhos de correição, conforme a portaria, terão a
participação do conselheiro Gilberto Valente Martins, do CNJ; do juiz auxiliar
da Corregedoria Nacional de Justiça Júlio César Machado Ferreira de Melo; de
magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT)
e do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (TJSC). O conselheiro
Gilberto Martins esteve à frente da sindicância aberta pela Corregedoria
Nacional de Justiça após a divulgação das primeiras denúncias sobre o caso. (Agência
CNJ de Notícias)
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