FIM DA MULTA DO FGTS PÕE EM
RISCO “MINHA CASA MINHA VIDA”
O principal argumento do governo para defender a
manutenção do veto é financeiro. A ministra de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, disse que “a retirada desse recurso de forma abrupta causaria impacto
nas contas do governo, na política de geração de emprego, de benefício para a
população”. Segundo ela, a receita do governo com a multa está em torno de R$
3,5 bilhões.
Em entrevista coletiva após a reunião, a ministra
reforçou a posição do governo de que a eventual ausência desses recursos poderá
prejudicar recursos do Minha Casa, Minha Vida, programa do governo que facilita
a aquisição da casa própria para pessoas de baixa renda.
Ainda de acordo com Ideli, o valor arrecadado gera cerca
de 1,4 milhão de empregos. A apresentação dos dados aos deputados foi feita
pela ministra Miriam Belchior. Segundo
ela, caso o governo não cobre mais a multa, os beneficiários do programa e
trabalhadores da construção civil ficariam prejudicados. “Não poderíamos manter
o mesmo ritmo de construções de milhões de unidades [de moradias], como estão
sendo feitas. Isto acarretaria também uma diminuição de emprego, já que
normalmente cada unidade habitacional do Minha Casa, Minha Vida gera quatro
empregos”.
Ideli disse ainda que alguns líderes já se manifestaram
no sentido de propor que o dinheiro da multa fique com o trabalhador, que o
receberia de volta na aposentadoria. “De qualquer forma, não fechamos posição,
apenas apresentamos os impactos para que as bancadas pudessem avaliar e a gente
poder ao longo da semana ir trabalhando esse tema”.
Ainda de acordo com Ideli, uma nova reunião dos líderes
da base na Câmara deve ser marcada para a próxima segunda-feira (16), para
recolher as propostas de cada partido e buscar uma posição consensual.
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