A CORRUPÇÃO ESTÁ NO DNA
DAS EMPREITEIRAS NO BRASIL
Apesar dos mecanismos de fiscalização e combate à corrupção
consolidados, o Brasil ainda tem estruturas, como o financiamento privado de
campanhas eleitorais, que favorecem à prática desse tipo de ilegalidade.
A
avaliação é do historiador Pedro Henrique Pereira Campos, da Universidade
Federal Fluminense. Campos foi o entrevistado desta terça (25) na série Corrupção, do Repórter Brasil, edição noite, da TV Brasil. A série, com
entrevistas ao vivo, será apresentada no telejornal até sexta-feira (28),
a partir das 21h.
O historiador é autor da tese A Ditadura dos Empreiteiros: As Empresas Nacionais de Construção
Pesada, suas Formas Associativas e o Estado Ditatorial Brasileiro, 1964-1985.
"A prática de atividades ilícitas é recorrente por parte dessas empresas.
Existem várias denúncias. No período da ditadura, no entanto, os mecanismos de
controle eram menos atuantes, o que não quer dizer que na época tivessem menos
irregularidades", disse. Em outras palavras, a corrupção está no DNA
das empreiteiras brasileiras.
Referindo-se ao caso de corrupção da Petrobras, investigado
pela Operação Lava Jato da Polícia Fedral, Campos disse que muitas das empresas
envolvidas cresceram e ganharam terreno político no período da ditadura.
"Atividades como as que fazem hoje, não vêm de hoje, vêm da ditadura, e
vêm até de antes. O fato é que hoje há mecanismos que podem trazer à tona,
trazer a público práticas que são costumeiras", destacou.
Ainda de acordo com o historiador, o Estado tem hoje uma
legislação que permite essa situação que favorece a prática da corrupção, como
o financiamento de campanhas eleitorais. "Essas empresas têm atuação junto
aos parlamentares e partidos políticos para obter emendas parlamentares
anexadas ao Orçamento. São muito atuantes politicamente. São responsáveis por
obras públicas, têm uma atuação junto ao Estado muito poderosa”. (ABr)
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