CNJ QUER IMPEDIR QUE PARENTES DE
JUÍZES SE BENEFICIEM EM PROCESSOS
O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) irá editar regulamento impedindo a atuação
de magistrados e desembargadores em casos defendidos por escritórios de
advocacia que tenham seus parentes como associados. De acordo com o órgão, a
proposta foi feita terça-feira (18), durante sessão do CNJ, pelo presidente da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Coelho, que defendeu a
edição de um ato normativo impedindo a prática por considerar que os parentes
dos juízes associados aos escritórios acabam se beneficiando das decisões.
“Os
escritórios recebem valores de honorários que são distribuídos no escritório
sem qualquer controle, portanto, o benefício é evidente”, observou o presidente
da OAB. Atualmente, o Artigo 134 do Código de Processo Civil veda a
participação de juízes em processos quando a parte ou o advogado são seu
parente.
Coelho
alegou, no entanto, que há casos em que parentes de juízes atuam indiretamente
por meio de escritórios aos quais estão associados.
“Isso
acontece muito em nosso país, casos em que o cidadão é sócio do escritório
apenas, mas não assina a petição, e seu pai, parente, julga o processo”, disse
o presidente da OAB, defendendo que a regulamentação protegerá tanto a
magistratura quanto a advocacia.
A
vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, manifestou
o apoio do Ministério Público à proposta para que o CNJ edite o ato normativo
regulamentando a questão, acolhida pelos conselheiros e a corregedora Nacional
de Justiça, ministra Nancy Andrighi, que redigirá o texto. O presidente do CNJ,
ministro Ricardo Lewandowski, disse que a regulamentação coibirá esse tipo de
procedimento “que é extremamente nefasto”. (Agência de Notícias/CNJ.
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