GOVERNO VAI MANTER OBRAS NA BAIXADA SOB SUSPEITAS DO TCU
Para senado do PMDB, paralisar as obras aumentaria o prejuízo do Governo |
O coordenador do Comitê de
Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de
Irregularidades Graves (COI), Valdir Raupp (PMDB-RO) disse acreditar que a
“grande maioria” das obras que, segundo o TCU - Tribunal de Contas da União -,
apresentaram indícios de problemas com recomendação de paralisação (IG-P) serão
mantidas. Das 58 obras apontadas pelo TCU com indícios de irregularidades
graves, nove obtiveram essa recomendação.
Quatro delas foram debatidas,
hoje (26), em audiência pública que contou com a participação de representantes
de órgãos públicos envolvidos e do TCU: a construção da Vila Olímpica em
Parnaíba (PI); a implantação e pavimentação em trechos da BR-448, no Rio Grande
do Sul; a construção do Complexo Materno em Teresina (PI); e o controle de
inundações, urbanização e recuperação ambiental das bacias dos rios Iguaçu,
Botas e Sarapuí, na Baixada Fluminense (RJ).
TCU contesta volume de dragagem no rio Iguaçu, na Baixada Fluminense |
“Cada obra com tratamento
diferenciado, mas acredito que a grande maioria delas terá continuidade para
que não haja nenhum prejuízo, principalmente entre as já executadas ou
parcialmente executadas”, disse o senador, que ainda não definiu a data para a
entrega do relatório. Das obras debatidas, a “mais complexa”, segundo Raupp, é
a da Vila Olímpica Parnaíba, que está com 2% da obra executada, mesmo sem os
estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira aprovados.
No projeto, estava prevista a
construção de um estádio que não será mais executada. "Das obras não
iniciadas, essa é a que me pareceu a mais complexa. Era um projeto maior, de R$
200 milhões, que está sendo diminuído para R$ 16,5 milhões [após a retirada do
estádio desse projeto], restando apenas a vila olímpica”, disse o senador.
Saiba Mais
Representando o Ministério do
Esporte, Emmanuel Braz destacou a relevância que a vila olímpica terá para os
moradores da região. “Essa é uma obra que trará grandes benefícios e legados
para a região. Será um complexo de equipamentos esportivos com quadras e
piscinas. Há, nas proximidades, sete empreendimentos do Minha Casa Minha Vida.
Portanto atenderá ao anseio local”, disse Braz.
Já as obras de implantação e
pavimentação da BR-448 estão 100% concluídas. De acordo com o TCU, nela foram
encontrados indícios de superfaturamentos decorrentes de itens pagos em
duplicidade; preços excessivos frente ao mercado; reajustamentos irregulares; e
quantitativos inadequados. Para Raupp, tais apontamentos poderão resultar em
ressarcimento aos cofres públicos.
Outra obra debatida na comissão
foi o controle de inundações, a urbanização e recuperação ambiental das bacias
dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí, na Baixada Fluminense (RJ), a cargo do INEA, autarquia vinculada à Secretaria Estadual do Ambiente. O secretário de
Fiscalização de Obras de Energia, do TCU, Rafael Jardim, destacou que o
empreendimento apresentou um projeto básico deficiente, gerando “incertezas” em relação ao custo da obra e aos serviços de drenagem e
aprofundamento do Rio Sarapuí.
Com as análises do TCU, o valor
previsto baixou de R$ 112 milhões para R$ 107 milhões ainda na licitação,
frisou Jardim. Segundo ele, o TCU ainda decidirá a maneira adequada para fazer
a rescisão do contrato. “A incerteza sobre como os recursos de dragagem seriam
medidos torna impossível medir e demonstrar qual teria sido o volume dragado,
tornando quase certo malefício ao princípio fundamental do controle”,
argumentou.
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