EMPREITEIRA ACUSA
PETROBRÁS
DE BOICOTE SEM JUSTA
CAUSA
A Petrobras não apresentou razões técnicas fundamentadas
para interromper a remessa de cartas-convite para a Galvão Engenharia, além de
ter cancelado licitações vencidas pela empreiteira. É o que diz a defesa de
Erton Medeiros Fonseca, executivo da empresa preso desde o último dia 14 no
âmbito da Operação da Lava Jato, da Polícia Federal, sob acusação de
envolvimento em esquema de corrupção na estatal. As informações estão
disponíveis no andamento processual do site da Justiça Federal do Paraná, responsável pelas
investigações da Lava Jato.
Os advogados de Erton encaminharam à Justiça paranaense
cópias de 22 correspondências, entre e-mails e cartas de 2006 a 2014, nas quais
a Galvão reclama do fato de ter ficado de fora de diversos certames lançados
pela estatal, mesmo dotada de capacitação técnica. De acordo com o blog do jornalista Fausto Macedo, do
jornal O Estado de S. Paulo, a
estratégia da defesa é reforçar a tese de que a Galvão foi extorquida por
emissários da Diretoria de Serviços da Petrobras, e foi obrigada a pagar R$ 8,3
milhões em propinas.
Segundo essa versão, a empresa corria o risco de
retaliações nos contratos e suspensão de licitações já em curso. A linha da
defesa também pretende enfraquecer a hipótese de que a Galvão integrava um
cartel para fraudar contratos e dividir os recursos autorizados para novas
licitações. A empreiteira participou de 59 processos licitatórios.
“Dentre os destinatários desses e-mails aparecem o
ex-diretor de Serviços Renato Duque, o ex-gerente-executivo da diretoria, Pedro
Barusco, e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, todos alvos da
Lava Jato. Há até uma mensagem encaminhada a José Carlos Cosenza, que
substituiu Costa na diretoria de Abastecimento da estatal”, diz a reportagem,
que registra fotocópias dos e-mails da Galvão.
A defesa também entregou hoje (segunda, 24) à PF
comprovantes do pagamento R$ 8,8 milhões de propina a uma pessoa que se
apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras. O advogado
José Luís Oliveira Lima, representante do diretor, disse que a empresa foi
obrigada a pagar propina por meio da LSFN Consultoria Engenharia, entre 2010 e
2014. Segundo ele, os pagamentos foram ordenados.
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