quinta-feira, 27 de novembro de 2014

EMPREITEIRA ACUSA PETROBRÁS
DE BOICOTE SEM JUSTA CAUSA 
A Petrobras não apresentou razões técnicas fundamentadas para interromper a remessa de cartas-convite para a Galvão Engenharia, além de ter cancelado licitações vencidas pela empreiteira. É o que diz a defesa de Erton Medeiros Fonseca, executivo da empresa preso desde o último dia 14 no âmbito da Operação da Lava Jato, da Polícia Federal, sob acusação de envolvimento em esquema de corrupção na estatal. As informações estão disponíveis no andamento processual do site da Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações da Lava Jato.
Os advogados de Erton encaminharam à Justiça paranaense cópias de 22 correspondências, entre e-mails e cartas de 2006 a 2014, nas quais a Galvão reclama do fato de ter ficado de fora de diversos certames lançados pela estatal, mesmo dotada de capacitação técnica. De acordo com o blog do jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, a estratégia da defesa é reforçar a tese de que a Galvão foi extorquida por emissários da Diretoria de Serviços da Petrobras, e foi obrigada a pagar R$ 8,3 milhões em propinas.
Segundo essa versão, a empresa corria o risco de retaliações nos contratos e suspensão de licitações já em curso. A linha da defesa também pretende enfraquecer a hipótese de que a Galvão integrava um cartel para fraudar contratos e dividir os recursos autorizados para novas licitações. A empreiteira participou de 59 processos licitatórios.
“Dentre os destinatários desses e-mails aparecem o ex-diretor de Serviços Renato Duque, o ex-gerente-executivo da diretoria, Pedro Barusco, e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, todos alvos da Lava Jato. Há até uma mensagem encaminhada a José Carlos Cosenza, que substituiu Costa na diretoria de Abastecimento da estatal”, diz a reportagem, que registra fotocópias dos e-mails da Galvão.
A defesa também entregou hoje (segunda, 24) à PF comprovantes do pagamento R$ 8,8 milhões de propina a uma pessoa que se apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras. O advogado José Luís Oliveira Lima, representante do diretor, disse que a empresa foi obrigada a pagar propina por meio da LSFN Consultoria Engenharia, entre 2010 e 2014. Segundo ele, os pagamentos foram ordenados.

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