CONGRESSO FOI AVISADO PELO TCU
SOBRE PROBLEMAS NA PETROBRÁS
O Tribunal de Contas da União (TCU), por meio de relatório
anual que analisa todas as obras da União, encontrou graves indícios de
irregularidades na implantação da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Em
2010, 2011 e 2012 a Corte aconselhou o Congresso a paralisar as obras, o que
não foi acatado. Nesses anos, a Abreu e Lima foi classificada como IG-P
(indícios de irregularidade grave com recomendação de paralisação). O relatório
foi encaminhado ao Congresso para subsidiar a aprovação da Lei Orçamentária
Anual pelos parlamentares. A obra foi aprovada mesmo assim.
Segundo levantamento do portal Contas Abertas, em 2013,
quando foi votada a LOA de 2014, a implantação da refinaria foi classificada
como IG-R (indícios de irregularidade grave com retenção parcial de valores),
mas, mais uma vez, nada foi alterado em relação ao orçamento destinado a obra.
A refinaria pernambucana ganhou a mesma classificação no relatório deste ano,
isto é, a retenção de recursos para obra. A LOA de 2015 será votada no início
do ano que vem, mas se o Congresso mantiver o costuma das vistas grossas, o TCU
será novamente ignorado.
Desde que a obra começou a ser executada, em 2008, o
governo federal já desembolsou R$ 33,6 bilhões para sua construção. De acordo
com o governo federal, a previsão é de que R$ 35,7 bilhões saim dos cofres
públicos para que ela seja concluída, em maio do ano que vem.
Em votações de leis orçamentárias anteriores às citadas, o
Congresso costumava dar mais ouvidos ao TCU e, por consequência, ser mais
rígido com a execução das obras, concordando com as paralisações recomendadas.
A partir de 2010, todos os empreendimentos petrolíferos que sofreram avaliações
com indícios de irregularidades foram para baixo do tapete. Nesse ano, assim
como a Abreu e Lima, a Corte pediu para paralisar a obra de modernização e
adequação do sistema de produção da refinaria Presidente Getúlio Vargas, no
Paraná. Contudo, os congressistas autorizaram o orçamento destinado a ela.
Em 2012, o TCU aconselhou que as construções das tubovias
do Comperj, em Itaboraí, no Rio de Janeiro, fossem paralisadas. Novamente, o
Congresso não acatou.
De acordo com a última edição da revista Veja, o ex-diretor
da Petrobras, Paulo Roberto Costa advertiu o Palácio do Planalto que, por ter
encontrado irregularidades pelo terceiro ano consecutivo, o Tribunal de Contas
da União (TCU) havia recomendado ao Congresso a imediata paralisação de três
grandes obras da estatal — a construção e a modernização das refinarias Abreu e
Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, e do terminal do Porto de
Barra do Riacho, no Espírito Santo. Na mensagem, encaminhada por Costa à então
ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é ressaltado o fato de que no ano de
2007 houve solução política para contornar as decisões do TCU e da Comissão
Mista de Orçamento do Congresso Nacional.
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