AUDITORIA DESCOBRE
BOLSISTAS
FALECIDOS INSCRITOS NO
PROUNI
Auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou
falhas nos mecanismos de controle para concessão e manutenção das bolsas do
Programa Universidade Para Todos (ProUni). Entre as irregularidades, foram
identificados 47 beneficiários mortos, além de 4.421 bolsistas cuja renda não
atende aos critérios exigidos pelo programa.
O trabalho da CGU avaliou cursos, universidades, candidatos
e bolsistas de todas as regiões do país. A controladoria verificou o
cumprimento das exigências do programa, além da frequência e do desempenho
acadêmico dos bolsistas. A investigação envolveu 291 fiscalizações, além da
análise de dados do Sistema Informatizado do ProUni (SisProUni) entre 2005 e
2012.
Para chegar à conclusão de que as pessoas que já morreram
ainda recebiam a bolsa, os auditores cruzaram os dados do Sistema Informatizado
de Controle de Óbitos com o sistema de dados do Prouni. Eles encontraram
beneficiários que haviam morrido, mas contavam como "em
utilização-bolsista matriculado”, sendo que um deles morreu antes de se tornar
bolsista e os outros 46 após o recebimento da bolsa.
Segundo o levantamento, 12,2% dos candidatos da amostra
deixaram de comprovar ao menos um critério para a concessão do benefício, como
escolaridade, residência e renda. Foi constatada também a existência de 58
registros de candidatos que informaram não serem brasileiros natos ou
naturalizados. Além disso, seis pessoas tinham duas bolsas ativas, o que
contraria as normas do ProUni.
A CGU informou, em nota, que “houve problemas na
alimentação dos dados do SisProUni pelas instituições de ensino, bolsistas com
desempenho acadêmico inferior ao estipulado, inconsistência no que a
instituição informava sobre bolsas do ProUni e as vagas efetivamente oferecidas
no vestibular, entre outros”.
A controladoria recomentou ao Ministério da Educação (MEC),
gestor federal do programa, aprimorar o controle das informações do SisProUni e
melhorar a gestão do ProUni. Em resposta à CGU, o MEC disse ter aumentado o
controle das informações fornecidas pelas instituições de ensino, assim como
feito auditorias periódicas no sistema. O ministério também informou que criou uma
lista de espera com o objetivo de diminuir o número de bolsas ociosas.
Criado em 2004, o ProUni concede bolsas de estudo em
instituições privadas de ensino superior. Procurado pela Agência Brasil, o MEC não se
manifestou.
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