FAZ ACORDO E DEVOLVE
DINHEIRO
O empresário José Hawilla, fundador da multinacional de marketing esportivo Traffic Group,
fez um acordo e pagará multa de US$ 151 milhões de dólares por participação no
esquema de corrupção na FIFA -
Federação Internacional de Futebol (Fifa). Segundo o
Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA), Hawilla confessou a
participação nos crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e
obstrução da Justiça. Desse montante, US$ 25 milhões foram pagos no momento do
acordo, firmado em dezembro de 2014.
O advogado do empresário, José Luís de Oliveira, disse que
Hawilla “apoia as investigações e prestou esclarecimentos às autoridades
americanas”. Segundo o defensor, a multa será paga pela filial norte-americana
da Traffic. Por conta do acordo, ele já pagou US$ 25 milhões De acordo com o
Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o dinheiro será mantido sob juízo
para ser usado como reparação às vítimas dos crimes cometidos pelos 14 réus no
processo.
A Traffic comercializa com exclusividade direitos de
televisão de diversas competições de futebol, como a Copa do Mundo da Fifa, a
Copa Libertadores e a Champions League da Confederação de Futebol da América do
Norte, Central e Caraíbas (Concaf). Hawilla também é proprietário da TV TEM,
afiliada da Rede Globo que transmite para 318 municípios do interior paulista.
O Ministério Público da Confederação Helvética instaurou
nesta quarta-feira um processo penal para apurar as suspeitas de pagamento de
suborno aos dirigentes para a escolha dos países-sede das duas próximas Copas
do Mundo: Rússia, em 2018, e Catar, em 2022.
As autoridades dos EUA afirmam que o esquema de corrupção
no futebol já dura 24 anos e envolve ao menos duas gerações de dirigentes da
federação. “Os réus, incluídos os executivos de marketing da América do Sul e
EUA, são citados por terem sistematicamente aceitado e pago mais de US$ 150
milhões em subornos e propinas para obter lucrativos direitos de mídia e
marketing de torneios internacionais de futebol”, diz o comunicado do
Departamento de Justiça.
A Federação Internacional de Futebol (Fifa) afirmou que
acolhe “com satisfação” as investigações. Segundo o diretor de comunicação,
Walter de Gregório, a entidade é vítima do suposto esquema fraudulento e está
cooperando com a apuração.
A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os
advogados de José Maria Marin no Brasil, mas ainda não obteve resposta.
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