FBI JÁ TEM INDÍCIOS DE SUBORNO
EM CONTRATOS DA CBF NA COPA
A investigação da Justiça dos
Estados Unidos vai além da suposta participação de dirigentes da Federação
Internacional de Futebol (Fifa) e empresários em uma possível fraude na escolha
dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo (Rússia, 2018, e Catar, 2022).
Segundo as autoridades norte-americanas, durante as investigações foram
encontrados indícios de práticas ilícitas em outros países. No Brasil, as
suspeitas recaem sobre contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do
Brasil assinados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Conforme um comunicado divulgado
hoje (27), pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, “o outro esquema
investigado” - além do que apura suspeita de irregularidades na escolha de
Rússia e Catar para sediar a Copa do Mundo em 2018 e 2022, respectivamente -
está relacionado ao pedido e recebimento de subornos e propinas por autoridades
do futebol e executivos de marketing esportivo durante as negociações sobre o
direito de transmissão de campeonatos. Entre os eventos citados nominalmente
está a Copa do Brasil, campeonato organizado pela CBF e disputado entre clubes
de todo o país em sistema eliminatório. A nota também menciona o
"pagamento e recebimento de subornos e propinas em conexão com o
patrocínio da CBF por uma grande empresa de sportswear dos EUA".
Atualmente, a patrocinadora oficial da CBF é a Nike.
Os nomes de três brasileiros
constam da relação de investigados divulgada pelo Departamento de Justiça dos
Estados Unidos. Além do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, detido esta
manhã, em Zurique, Suíça, são citados o empresário José Hawilla, dono da
Traffic Group, e José Margulies, dono de empresas de transmissão de eventos
esportivos.
A reportagem não conseguiu
conversar com nenhum dos representantes da CBF sobre as suspeitas de
irregularidades nos contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do Brasil.
Em nota divulgada no final da manhã de hoje, a CBF informou que apoia
"integralmente" as investigações das autoridades policiais dos
Estados Unidos e da Suíça.
Durante entrevista coletiva em
Nova York, esta manhã, as autoridades norte-americanas revelaram que o esquema
pode ter movimentado mais de US$ 150 milhões em subornos e propinas. Mais seis
dirigentes da Fifa, além de José Maria Marin, foram detidos hoje, em Zurique.
São eles: o caimanês Jeffrey Webb, o costarriquenho Eduardo Li, o nicaraguense
Julio Rocha, o inglês Costas Takkas, o uruguaio Eugenio Figueredo e o
venezuelano Rafael Esquivel.
A detenções ocorreram em um
hotel onde os dirigentes da Fifa estão reunidos para participar de um congresso
da entidade, durante o qual será escolhido, nesta sexta-feira (29), o próximo
presidente. Atual mandatário, Joseph Blatter busca seu quinto mandato e é
apontado como favorito para vencer a eleição.
Mais cedo, o diretor de
comunicação da Fifa, Walter de Gregório, garantiu que a eleição e as escolhas
da Rússia e do Catar para sediar as duas próximas Copas do Mundo estão
mantidas. Gregório acrescentou que Blatter não é alvo da investigação
norte-americana. (Com Agência Brasil)
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