DILMA TEM MAIS 30 DIAS
PARA
ESCLARECER AS SUAS PEDALADAS
O Tribunal de Contas da União (TCU) adiou por 30 dias a
análise das contas do governo federal relativas a 2014, uma decisão inédita do
tribunal, segundo avaliação dos próprios ministros. A decisão foi tomada pelo
órgão a pedido do relator, ministro Augusto Nardes. As contas voltarão a ser
analisadas em 30 dias. “As contas não estão em condições de serem apreciadas”,
disse Nardes, que é o relator do processo. Segundo ele, o prazo é para que o
governo federal esclareça indícios de descumprimento da Lei de Responsabilidade
Fiscal e da Lei Orçamentária Anual.
Augusto Nardes defendeu, no início da reunião com os
ministros do TCU, que a apreciação seja acolhida “após pronunciamento da
presidenta Dilma Rousseff acerca de indícios de irregularidades”. Acrescentou
que cabe a sugestão ao Congresso Nacional que analise a decisão do colegiado. O
TCU é um órgão vinculado ao Parlamento.
O atraso de repasses do governo a bancos públicos para pagamento
de programas sociais, como bolsa família e seguro desemprego, levantaram
suspeita de que o governo estaria praticando manobras fiscais para maquiar sua
contabilidade. Em algumas oportunidades, o ministro do Planejamento, Orçamento
e Gestão, Nelson Barbosa, disse que esse fato representa, na verdade,
“diferenças na interpretação jurídica” de algumas ações financeiras
implementadas não só pelo governo da presidenta Dilma Rousseff, mas também
durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Barbosa, a implementação de programas sociais depende
de agentes financeiros que têm de ser restituídos pelos serviços prestados.
Eventuais atrasos nos repasses, lembrou o ministro, não são irregulares até por
estarem previstos em contrato.
“[Os programas sociais] dependem, na maior parte, de
bancos públicos. Para implementar esses programas, o governo tem de repassar
dinheiro aos agentes prestadores de serviços. Eventuais atrasos nesses repasses
estão previstos em contrato, quando há desequilíbrio de caixa", justificou
o ministro em maio, durante audiência pública na Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara dos Deputados.
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