COMITIVA
DO SENADO BARRADA
POR
MANIFESTANTES EM CARACAS
A
comitiva de senadores brasileiros que desembarcou no início da tarde na
Venezuela teve a viagem bloqueada por manifestantes favoráveis ao governo do
presidente Nicolás Maduro. Ao sair do aeroporto, os senadores encontraram
bloqueadas as vias de acesso ao presídio onde se encontra Leopoldo Lopez, líder
do partido Vontade Popular. Ele foi preso por fazer oposição ao governo, assim
como o ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e o ex-prefeito de San
Cristobal, Daniel Ceballos.
O
bloqueio é feito por cerca de 100 manifestantes, que, inclusive, apedrejaram o
ônibus em que a comitiva se encontra. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) chegou
a filmar o ataque. Agora, eles tentam seguir escoltados pela polícia
local. Ainda no aeroporto, os senadores se reuniram com as esposas dos
líderes políticos da oposição, que também estão no ônibus.
- Todos
os caminhos estão bloqueados. Um bloqueio que parece ter sido preparado por
antecipação, para evitar que tivéssemos acesso ao presídio. Mas viemos
manifestar nosso apoio à democracia venezuelana. Não é possível prender alguém
por manifestar sua opinião contrária a um governo – declarou o senador José
Agripino (DEM-RN).
Além de
Agripino e Caiado, integram a comitiva os senadores Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Sérgio Petecão
(PSD-AC), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e José Medeiros (PPS-MT).
- Fomos
cercados por manifestantes bastante hostis. Estamos aguardando que a embaixada
garanta proteção para que possamos ir até o presídio - disse Aloysio Nunes por
telefone.
Entre as
atividades previstas para a missão está um ato com as esposas de políticos
presos e a defesa, junto aos meios de comunicação venezuelanos, da liberdade e
da democracia. A comissão externa foi criada com base no Requerimento 77/2015,
de autoria do senador Ferraço, aprovado no Plenário do Senado em fevereiro
deste ano.
Ao tomar conhecimento dos graves incidentes na Venezuela, o
líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP), classificou como
gravíssimas as agressões em Caracas pelos senadores brasileiros em visita de
solidariedade aos líderes políticos mantidos presos pelo governo Nicolás Maduro
e exige manifestação de repúdio imediata e contundente por parte do Itamaraty.
Deputado Carlos Sampaio cobrou enérgica reação do Governo |
De acordo com Sampaio, o veículo dos senadores foi cercado
por apoiadores do regime Maduro. Os parlamentares brasileiros também foram
impedidos de visitar Leopoldo Lopez, preso há mais de um ano e em greve de fome
há 24 dias. O embaixador brasileiro, Rui Pereira, abandonou o grupo ainda no
aeroporto.
"A agressão aos parlamentares brasileiros é uma
agressão ao Brasil e aos princípios que ensejaram a visita dos senadores a
Caracas - de solidariedade, de defesa da democracia e do Estado de
Direito. Tão grave quanto essas agressões seria a omissão do governo brasileiro
nessa questão, sob pena de ser cúmplice desse gravíssimo ato de desrespeito aos
representantes brasileiros e conivente com os atentados que lá se cometem
contra a liberdade de expressão e os direitos humanos. O mínimo que se espera é
uma manifestação de repúdio por parte do Itamaraty", afirmou Sampaio. ( Divulgação twitter Aécio Neves)
Nenhum comentário:
Postar um comentário