CNJ APURA LENTIDÃO DA JUSTIÇA
CONTRA ACUSADO DE PEDOFILIA
O Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) retomou segunda-feira (20) a correição no Tribunal de Justiça do Estado
do Amazonas (TJAM) com o objetivo de aprofundar a apuração de possíveis
irregularidades na tramitação de processos judiciais. Os trabalhos vão incluir
investigação de suposta demora no julgamento de processos que apontam o
envolvimento do prefeito do município de Coari, Adail Pinheiro, com uma rede de
pedofilia.
“Nós vamos levantar qual
a situação de todos os processos judiciais instaurados contra o prefeito de
Coari, sejam os relacionados ao crime de pedofilia, sejam os relativos a crimes
contra a administração pública. Vamos apurar se procede a denúncia de que o
Judiciário do Amazonas oferece proteção ao prefeito”, anunciou o conselheiro
Gilberto Valente Martins, do CNJ, designado pelo corregedor nacional de
Justiça, ministro Francisco Falcão, para coordenar a correição, que deverá
terminar nesta quinta-feira (23/1).
O conselheiro informou que o
CNJ já havia constatado irregularidades na relação entre o Judiciário
amazonense e o prefeito Adail Pinheiro. Foi em 2012, durante julgamento de um
Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que resultou em punição.
Gilberto Martins informou
também ter assistido, no domingo (19), reportagem do “Fantástico”, da TV Globo,
que denunciou o abuso sexual de meninas entre 9 e 15 anos por parte de um grupo
de pedófilos, supostamente liderado pelo prefeito Adail Pinheiro. Conforme a
reportagem, o prefeito chegou a ficar preso por 63 dias, foi solto pela
Justiça, e contra ele foram abertos 70 processos.
A correição retomada na última
segunda-feira dará continuidade aos trabalhos iniciados pela Corregedoria
Nacional de Justiça em abril do ano passado. Ela tem como alvo as unidades
administrativas e judiciais da Justiça de 1º e 2º graus, além dos órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro, todos sob a jurisdição do
TJAM.
Segundo a Portaria nº 92,
assinada pelo ministro Francisco Falcão, a correição é necessária para
“examinar com maior amplitude as questões que envolvem a ampliação do número de
desembargadores do Tribunal” e apurar indícios de irregularidades na tramitação
de processos em curso no TJAM. Esses indícios estão sendo apurados também em um
pedido de providências que tramita no CNJ. (Jorge Vasconcellos - Agência CNJ de Notícias).
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