ESCÂNDALO DA MEGA SENA: POLÍCIA
PRENDE SUPLENTE DE DEPUTADO
A Polícia Federal
deteve neste sábado (18), no Maranhão, o suplente de deputado federal Ernesto
Vieira Carvalho Neto. Filiado ao PMDB, ele é suspeito de fazer parte do esquema
que desviou cerca de R$ 73 milhões da Caixa Econômica Federal (Caixa), no final
de 2013. O crime é tratado como a maior fraude já sofrida pela instituição.
Segundo o delegado
federal Omar Pepow, o suplente foi detido entre as cidades de Carolina e
Estreito, na região sul do estado. Neto foi conduzido para Araguaína, onde deve
prestar depoimento. Pepow afirmou à Agência Brasil que ao investigar a fraude
denunciada pelo próprio banco estatal, a PF encontrou indícios de que Neto
forneceu uma conta de luz de uma ex empregada para que integrantes do esquema
abrissem uma contracorrente numa agência da Caixa de Tocantinópolis (TO).
Pouco tempo
depois, os cerca de R$ 73 milhões foram depositados nessa conta, como se fossem
o pagamento de um prêmio da mega sena que nunca existiu. Por fim, o dinheiro
foi transferido para várias contas.
Durante as
investigações das denúncias apresentadas pela Caixa, a PF prendeu o
ex-gerente-geral da agência de Tocantinópolis Robson Pereira do Nascimento. De
acordo com o delegado federal, há gravações de conversas telefônicas, obtidas
com autorização judicial, em que o ex-gerente, pouco antes de ser preso, pede
ajuda a Neto para se defender, demonstrando já ter conhecimento de que a PF
investigava o assunto e identificara alguns dos envolvidos no esquema.
A PF já identificou membros
da organização criminosa em Goiás, pois eles já compraram 7 carros zero KM em
Goiânia e imóveis. Todos já foram bloqueados e os envolvidos em primeiro
nível, chefes da organização, responderão por Peculato, Receptação
Qualificada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas somadas
podem chegar até 29 anos de prisão. Ainda existem 5 mandados de prisão em
aberto.
“Com a identificação dos
outros suspeitos, nas próximas horas outras pessoas serão presas,” afirmou o
delegado
Segundo a PF,
aproximadamente 70% do total desviado já foram recuperados. As investigações
continuam. Quatro pessoas estão sendo procuradas. Além de cinco mandados de
prisão preventiva, a Justiça expediu, dez mandados de busca e apreensão e um de
condução coercitiva a serem cumpridos em Goiás, Maranhão e São Paulo.
Ao todo, 65
policiais federais do Tocantins, de Goiás, do Maranhão e de São Paulo
participam da operação, que recebeu o nome de Éskhara e conta com o apoio do
Ministério Público Federal (MPF). (Alex Rodrigues - Agência Brasil).
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