AEROVIÁRIOS FAZEM PROTESTO
CONTRA O CALOTE DO “AERUS”
Para marcar o Dia Nacional do
Aposentado, comemorado sexta-feira (24), ex-funcionários das empresas aéreas
Varig, Vasp e Transbrasil fizeram uma passeata pelo centro do Rio para cobrar
uma posição do governo sobre o Fundo de Pensão Aerus. Os pagamentos estão suspensos
ou parciais desde 2006, quando a Varig encerrou as atividades. A ex comissária de bordo Dayse Amorim Matos
diz que a situação dos aposentados, de forma geral, está difícil no país e que
o reajuste concedido a eles ficou abaixo do aumento do salário-mínimo.
“O Brasil está vivendo uma
realidade surreal com relação ao dinheiro e, além do achatamento que o
aposentado vem sofrendo, a gente tem problemas sérios com a nossa previdência
privada, que é o Aerus. Estava na mão do STF, já estava parado lá há muitos
anos, a presidenta Dilma sinalizou que poderia vir uma proposta. Então a gente
está aguardando a posição do governo”.
Dayse diz que contribuiu para
o Aerus por 19 anos e agora não tem acesso ao dinheiro. “Eu não sou aposentada
pelo Aerus, eu sou aposentada pelo INSS, porém eu tenho todo o dinheiro que eu
paguei por 19 anos na previdência privada, mensalmente. Então eu tenho lá o meu
valor, é uma poupança que você vai colocando. O Aerus está sob intervenção e a
gente está aqui na esperança”.
O ex-comandante Zoroastro
Ferreira Lima Filho, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, explica que
a proposta de acordo com o governo surgiu depois das duas ocupações que um
grupo de aposentados fez no ano passado, uma de 26 dias na sede do Instituto
Aerus, entre junho e julho, e outra de oito dias no Salão Verde da Câmara dos
Deputados, em agosto. De acordo com ele, em reunião com a Advocacia-Geral da
União em novembro, foi informado que a proposta de acordo havia sido entregue à
presidenta Dilma.
“Está nas mãos dela o
processo. Eles vão analisar três propostas que entregamos e dessa análise vai
vir uma resposta da presidenta dando ciência e dizendo se concorda ou não com
esse acordo. Se concordar, nós iniciamos a fase final, que seriam as nossas
pretensões”.
Lima Filho lembra a urgência
de se resolver o caso, pois se trata de pessoas idosas. “Nós não podemos ficar
mais esperando, quase todo dia está morrendo uma pessoa, porque a idade média
do nosso pessoal é 75 anos, então nós não temos mais condições. O dinheiro que
o pessoal está recebendo é 8% [do que deveria receber] e não está dando para
nada. Tem gente precisando de internação, tem outros que não tem mais dinheiro
para comer, está uma calamidade”.
De acordo com a Casa Civil da
Presidência da República, a questão do Aerus foi discutida em uma reunião em
agosto do ano passado, mas não há nenhuma decisão a respeito. (Akemi Nitahara
- Agência Brasil)
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