GOVERNO JOGA DURO PARA
MELAR A CPI DA PETROBRÁS
Com várias reuniões previstas,
esta terça-feira (1º) deve ser um dia decisivo no Congresso Nacional. Enquanto
a oposição se reúne para tentar um acordo que viabilize de vez a criação de uma
comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar denúncias
envolvendo a Petrobras e quer manter ou engrossar o número de apoiadores à
iniciativa, o PT concentra esforços para enfraquecer o movimento e tentar
convencer senadores que assinaram o pedido de criação da CPI a voltar atrás.
“Estamos trabalhando na
perspectiva de que a CPI não se instale. Vamos ver se é possível que pessoas
que não estejam plenamente esclarecidas quanto ao andamento das investigações
que já acontecem possam reavaliar o posicionamento”, disse à Agência Brasil o
líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Os líderes governistas estão
empenhados em identificar que razões estão por trás das assinaturas de membros
da base no pedido de investigação. “O fato de alguém não assinar a CPI não quer
dizer conveniência com a impunidade, as investigações mais sérias já estão em
andamento”, reforçou Costa.
Paralelamente ao fato da
instalação de uma comissão mista não se confirmar na Câmara e no Senado, o
partido do governo está pronto, para, pelo menos, ampliar a pauta para que
também sejam apuradas denúncias envolvendo nomes ligados a outras legendas.
“Estou pensando muito em
propor nesta segunda-feira (31) ou terça-feira (1º) à nossa base aliada para
que a gente apoie a CPI, ampliando o seu objeto, com um adendo, para que possa
também investigar a situação da Alstom no Metrô de São Paulo”, adiantou a
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) na quinta-feira (27).
O líder do PT na Câmara,
Vicentinho (SP), foi além e incluiu no rol citado pela ex-ministra da Casa
Civil, denúncias envolvendo o Porto de Suape (PE) e a Companhia Energética de
Minas Gerais (Cemig).
"Essa seria uma manobra
aloprada que não tem qualquer respaldo no Regimento Interno (do Senado). É uma
tentativa de não investigar a Petrobras, se quiserem fazer outra CPI, que
façam!", criticou o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP),
acrescentando que não acredita que o presidente da Casa, Renan Calheiros, vai
avalizar essa possibilidade.
Caso não consiga sequer a
ampliação das investigações, o PT estuda criar uma outra comissão parlamentar
de inquérito para tratar das denúncias envolvendo outras legendas. Diante dessa
possibilidade, os parlamentares garantem que não é uma estratégia do troco, mas
uma forma de “passar o Brasil a limpo”.
O senador Pedro
Taques (PDT-MT) também é contra ampliação do escopo da CPI. " A
Constituição é expressa quando diz que para criação de CPI precisa haver um
fato determinado. Que relação tem o Metrô de São Paulo e a Cemig, por exemplo,
com a Petrobras? Desse jeito nós vamos poder investigar nessa CPI a invasão russa
na Crimeia. Isso é pra enrolar, é pra dar em nada", afirmou. Taques disse
ainda que se a base do governo propuser investigar outros casos em uma comissão
separada vai apoiar a investigação. (ABr)
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