SHOPPING DEIXA PREFEITO
ENTRE 0 CÉU E O INFERNO
O prefeito Alexandre Cardoso foi colocado entre o Céu e o
Inferno com a resistência, liderada pela Igreja e a OAB, contra a construção do
novo shopping, exatamente na confluência da Rua Deputado Romeiro Júnior e a Av.
Governador Leonel Brizola, na Vila Meriti, primeiro loteamento da região e que
acabou dando nome ao então 8º Distrito de Iguassu (grafia da época), emancipado
em 31 de dezembro de 1943 com o nome de Duque de Caxias. Um grupo de
investidores comprou uma área de mais de 28 mil metros quadrados, ao lado da
Catedral de Santo Antônio, onde pretende construir não só um shopping, mas
também dois prédios comerciais, um dos quais funcionará como apart hotel, ambos
com 18 pavimentos.
Um dos principais integrantes da Frente de oposição ao
empreendimento garante que, já ao final da campanha eleitoral de 2012, o então
candidato Alexandre Cardoso se reuniu com o bispo de Duque de Caxias e São João
de Meriti, dom Tarcísio Nascentes dos Santos, que
acabara de tomar posse vindo de Divinópolis (MG), a quem pediu a posição da
Igreja diante do projeto do novo shopping, que estava em tramitação na Prefeitura.
Segundo nosso informante, o Bispo, alegando os problemas de saneamento da área
central da cidade, com as deficiências no abastecimento de água e falta de rede
de tratamento de esgotos, bem como a dificuldade de circulação de veículos em
frente à Catedral, o trecho mais estreito da Av. Governador Leonel Brizola,
teria informado que a Diocese era contrária a tal empreendimento enquanto
perdurasse os problemas por ele apontados. Em resposta, ainda segundo nosso
informante, Alexandre Cardoso teria afirmado:
- Se a Igreja é contra e eu for eleito
prefeito, como católico praticante seguirei estritamente essa posição!
Em maio do ano passado, o prefeito negou a
licença para a construção do centro comercial, mas o grupo investidor insiste
que a licença fora concedia em 2012, pelo ex prefeito Zito, mediante o
pagamento da taxa de licenciamento no valor de
R$ 3,5 milhões, apesar do então
secretário do Meio Ambiente, Samuel Maia, haver declarado, durante uma
audiência pública na Câmara de Vereadores para discutir o assunto, que a
bióloga daquela secretaria, a única técnica especializado do quadro efetivo da
prefeitura, havia dado parecer contra a derrubada de 180 árvores existentes no
local, resquício da Mata Atlântica.
Segundo Maia, a legislação sobre meio
ambiente determina que o secretário, que ocupa cargo de confiança, não pode
desconsiderar o parecer exarado por um técnico habilitado e, por isso, no
estrito cumprimento do dever, aprovou o parecer e determinou o arquivamento do
pedido de licença ambiental.
Se o processo foi arquivado em 2012, quem
teria dado a licença para a empresa iniciar as tratativas para derrubar as
árvores e instalar um canteiro de obras no local?
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